30 de dezembro de 2011

Falar-se-à o indizível

Aí será pedido uma ideia
Para conter a evolução
Descontrolada pela plateia
Que se faz o coração.

E eu te direi que enquanto uns não terminam, outros apenas recomeçam.

Início e fim!
Até que reste se completar
Uma história entre o você e o mim
De uma façanha verbal dita "amar".

E eu revelarei que há inconstância em toda mente humana.

Até que o querer
Torna-se confuso
E não é suportado perder
As lágrimas num soluço.

Afirmo: o amor é energia  - transforma-se.

Guardar-se-à a lembrança
De uma época feliz...
Ou que fique a vontade santa
Do mesmo sentimento ser eterno aprendiz.

Muitas línguas falarão sobre o amor. Várias histórias hão de relatá-lo. Mas eu firmo em verdade: só o âmago saberá vivê-lo.

28 de dezembro de 2011

Mão-dupla amorosa

Um sentimento é guiado
Em plenitude de constância...
Outro volta transtornado
De incompatibilidade em alternância.

Como dois vetores em subtração
Estão sob mão-dupla os "amores"
Sem uma mínima preocupação
Da coexistência da dor.

E a cativante não é suprida
De saciedade almejada em sentimento...
Fica, então, dividida
Na ausência do preenchimento.

Mais amor!
Por favor!
Apenas convém cativar
E, assim, se responsabilizar.

Dá-se um basta a essa contraditória via amorosa. Somem-se ao meu íntimo, pois a importância para isso é vital.

27 de dezembro de 2011

Nortistas de meu afeto

Acre.
Rondônia.
Faz parte.
Não somente Amazônia.

Eu que, à tarde, observei
O vínculo fraterno a existir...
Veementemente desejei
Com companheirismo entre elas me suprir.

Eis que surge o mágico da aliança
Totalmente sem querer!
E aos poucos fazia-se conversa mansa
Uma amizade por Deus a tecer.

Hoje, pois, que me inunda
Uma vontade de logo embarcar
Na viagem em que a saudade se consuma
De abraços a apertar.

Andrya, Nayra e Patrícia: intrínsecamente genuínas ao meu âmago sentimental.

Chuchu da vida

Sua calma risada
Faz-se inédita expressão
Para que eu ache graça
Da sua insólita diversão.

E que eu goste de conversar
Os imprevisíveis vocabulários
De situações a iniciar 
Sem um fim, a nós, solitário.

Desabafe.
Aos encontros falte.
O perdão tenha.
A compreensão sempre obtenha.

É que uma Capistrano não surge
Sob véus de puro destino...
Sua aparição idealmente urge
Na ocorrência de qualquer desatino.
(E necessidade de carinho)

Aos que se perderam (de mim)

Sejam pássaros no amor que, em algum lugar por aqui, se conserva.

Fase precária

Um veredicto pouco útil
Pode habitar lábios incompreendidos
Numa expressão rápida e fútil
Do aspecto, ali, pouco iludido.

Como uma doença dominante
Do âmago em questão...
E por isso é triunfante
Ao ser perceptível a outra visão.

Mas que desconhece a realidade
E não importa explicitar,
Já que acostumada à verdade
Um desabafo alheio não irá se pronunciar.

Continuidade à superação
Sem valor à aparência.
Só pede-se a cura do coração
E o retorno da pura essência.

Você vai saber

Sou adepta da ideia de que a emoção da vida está em seus altos e baixos oferecidos constantemente. Uma constância inconstante, eu diria. Sendo assim, você aprende a discernir o desespero da angústia: quando há exagero na tristeza, falta sabedoria para lidar com a situação; já nos momentos em que a conformação atinge os pensamentos e ações, resta a angústia. Mas não me pergunte o que é pior, pois a escolha é completamente sua.
Você vai saber agir, independente da situação. Ficar estagnado é uma opção (claro que é). Mas eu só peço que não admita um fim, pois a vida é cíclica e, por assim ser, carrega um início logo após um encerramento. E nem todo ponto final é maldoso (um ponto-e-vírgula costuma ser muito mais doloroso, pois aprisiona), como diversos casais explicitam por aí, sem terem, sequer, refletido sobre a história. Vamos praticar o desapego, não é, Fernando Anitelli?
As respostas estão dentro de você, pois a absorção ocorre num sentido para o íntimo. Ou vai me dizer que você empurra seus aprendizados pelos lugares que passa e, porventura, adquire machucados? Libertar-se dos maus sentimentos não é uma ação concomitante à interiorização de suas boas lembranças sentimentais - e por que não mágicas? - ao longo da vida. Em algum momento, você vai saber responder ao mundo.
Mas voltando ao discernimento mencionado na introdução, gostaria de compartilhar a empatia daquelas palavras a mim. Posso garantir que não sou uma máquina. E se há como desabafar, é na paz escrita. Valendo-me da experiência vivida na fase do desespero e da angústia, cheguei a um nível em que não vejo concepções no dicionário para o que estou a sentir. É a mescla mais perfeita do retorno e indecisão do equilíbrio quanto a mim. Sim, é perfeita; pois nada é de todo mal.
Sabe quando você sente vontade de colocar em prática mil pensamentos que se confundem ao se libertarem? Sinceramente, não sei se você vai saber.

Apenas mais uma nota

A facilidade com que se estabelece o equilíbrio está intrínseca a dois fatores: personalidade e circunstância.

Gostaria de que soubesse

Eu gostaria de que cada pessoa soubesse a sensação de encontrar alguém que parece estar em sua vida há mais tempo do que pode imaginar. Eu amaria o fato de todos 'terem' uma Juli no dia a dia, mesmo que afastada por férias (mas não por muito tempo). Eu desejaria a face na água que o tempo é, quando reecontrasse a alma fraterna em meu Inglês, Português e, até, Enrolês. 

Obrigada, Papai do Céu. A Juli é infinitamente mais especial do que eu já cogitei que, um dia, fosse ser.

Lanjo

Aglutinar palavras convenientes
À especificação de quem é anjo de luz
Não se faz expressão pertinente
Para o agradecimento em Jesus.

[...]

E ama-o cada vez mais.

Estrofes a elas

É amor.
É diversão.
É perdão em ardor.
Falta-me exatidão.

Carolina, passagem à liberdade
Aliada à imutabilidade sentimental.
Talita, fonte da verdade
Descoberta na telepatia magistral.

Se eu fosse capaz de falar o que guarda o meu âmago, deixaria de ser humana. Mas eu sinto. E é veemente.

Ah! A inocência

Aqueles olhos em admiração
Pouco escuros, muito serenos
Despertam certa emoção
Concomitante aos sentimentos mais plenos.

E ela realmente só analisa
A face à sua frente...
Paralisa.
Há paz em sua mente.

Dorme com um anjo
Sobre seu espírito em questionamentos...
Ajuda, pois, o balanço
A entorpecer os pensamentos.

Ali basta a reflexão.
Os olhos suaves cerraram,
Mas já mostram prontidão
Ao vislumbre de dois corpos que se conectaram.

[Abraço]

Apenas um bebê frágil,
Capaz de deturpar a apatia.
Sua inocência, porém, faz tátil
O poder do amor perante a melancolia.

Conforme disse, certa vez, minha avó materna para mim: "é a minha ajuda para viver". Direciono tais palavras a ti, Phillip.

13 de dezembro de 2011

Outra face da moeda

"Pai, o senhor tem uma moeda de cinquenta centavos?" - pergunta a filha.
"Para quê você quer?" - questiona, sem compreender, o pai.
"É porque quero trocar em cinco moedas de dez centavos".
O pai anda um pouco pela casa e vai em direção ao carro, onde abre a porta e remexe algo por lá. Fecha a porta e vai ao quarto da filha. Entra, entrega-lhe uma nota de dez reais na mão e expressa-se sob o brilho da moral:
"Pegue. Junte aos cinquenta centavos e saiba valorizar a moeda de dez centavos, porque você vai ser uma grande pessoa no futuro".
E sai do quarto. A filha, que segurava uma caixinha de música - daquelas que tem uma bailarina - em forma de piano e ouvia a melodia, voltou a atenção para a nota em uma de suas mãos e processou em sua mente, por diversas vezes, as palavras do seu pai. Emoções a acometeram. O pai não sabia, mas às 18h daquele dia sairia o resultado do vestibular que sua filha fizera. Seria uma prévia de construtividade? Impossível conhecer o futuro, ainda que tivesse armazenado veementemente a lição para a vida. Ela teria de esperar. Mas havia uma coisa que ela precisava fazer: registrar esse efêmero e valioso ocorrido.

Que orgulho do meu pai. Que gratidão por ele existir.

12 de dezembro de 2011

Mais uma vez, ao Boca

Sinto sua falta e não preciso que exista alguém para negar ou confirmar isso. Já não sei onde se encontram as lágrimas formadas somente para você; não contei as vezes em que elas apareceram em meu rosto enquanto eu pensava na dor que sua ausência ainda causa - se é que posso chamar essa insistência atemporal de dor. Creio, por vezes, que me acostumei a guardar as saudades comigo. Seja qual for a denominação, não tenho certeza de se quero ter a superação, uma vez que já não me faz mais mal.
Devo confessar que a percepção acerca de um futuro encontro nosso não se fez falha nos últimos anos. Pelo contrário, torna-se forte a cada vez em que recordo o pensamento. Talvez meu cérebro precise encarar a realidade de uma vez por todas, a fim de que eu enxergue que a sua viagem não é somente longa, mas eterna - sem volta. Conquanto, há a chance de que eu embarque em um transporte que me leve até você - não mais em sonhos - e eu possa rever seu sorriso (quebrado, sem dó, por um jipe).
Sim, eu sonho com sua transformação. No campo onírico, sua beleza retornou ao seu corpo e sua sanidade é intacta. Tão bom conversar com você. Tão feliz é lembrar que me chateei com sua expressão de "xi!" quando eu te contei que amava uma amiga que se desfez da reciprocidade quanto a mim. Não era passado, não era futuro; foi o presente 'vivenciado' mais real, desde que três anos e alguns dias se passaram. Mais especificamente, desde o último abraço sob a porta da sala na companhia das minhas palavras "que saudade, Boca!" e de sua resposta "hehehe, canela".
Já pedi para perder todas as minhas vitórias só para ter um dia ao seu lado. Reneguei todos os presentes que eu pudesse ganhar no dia 13 de agosto, apenas para ouvir sua voz novamente. A propósito, a associação de sua voz à sua imagem fica precária ao longo dos anos, pois você não está aqui para acostumar minhas sinapses a recordá-la [a associação voz-imagem]. Preciso, então, assistir àqueles vídeos e às homenagens feitas. Mesmo que eu tenha de pagar o preço do choro quase inconsolável por isso.
Faz uns dias que você saiu por aí e não voltou para me dar um "oi" onírico. Aparece por uns cinco minutos e me conta o que aconteceu. Ou, caso preferir, fica só calado e sorri - como você geralmente faz.

Tive oportunidade de dizer e escrever "eu te amo" em sua presença, mas há carência de minha parte em explicitá-lo mais algumas vezes. Ou, até mesmo, de expressar o quão chato, pavoroso, 'bocão', irritante, retardado e afins você é. Aquele velho tapa ou "murro" faz coçar minha mão em busca de suas costas e braços. Os hematomas em meus membros foram embora junto de seu corpo naquele caixão. Mas há espírito. Claro que há.

19 de novembro de 2011

Devia ser apenas uma criança

Eu não sei como iniciar esta postagem. Quando penso na cena que desejo descrever, ocorre-me embaraçamento - típico de quem tem muito a expressar. Então, surge um esforço. De qualquer forma, é apenas meu blog. Sem perfeições ou prêmios; apenas meus sentimentos e percepções.

[...]

Devia ser apenas uma criança pobre no ônibus: sem sandálias, sem camisa, sem higiene, aos braços de uma mãe que pedia dinheiro através de pequenos bilhetes digitados. Mas ela  [a criança] tinha olhos de cigano, se assim posso dizer. Como não consegui decodificar as emoções que uma criança - tão transparente - estava a sentir naquele momento? Recuso-me a crer que ela era fria por dentro. Era apenas uma criança. Quando sua mãe a soltou no ônibus, pôs-se a chorar. Choro sem consolo, daquele de comover um coração mais sensível  (feito o meu, naquele dia). E quão incansável era aquela mulher, com um filho de aproximadamente quatro anos aos braços, recebendo moedinhas e os papéis de pedido  e guardando-os numa bolsa sem segurança. Quando percebi, a criança havia atraído olhares e sorrisos de muitos passageiros. Vi pessoas perguntando à mãe dela - que, na verdade, era um garoto - informações a seu respeito. Mas o garotinho não se importava com as perguntas sobre ele, tampouco com os elogios e sorrisos; queria apenas estar confortável no colo da mulher que estava segurando-o. Essa sequência de atos me arrancou uns sorrisos bem bobos.
Não sabia bem explicar, mas um sentimento muito forte me envolveu e perdurou até eu perder meu olhar do garotinho. Fechei os olhos, por diversas vezes, e disse para mim "como sou pequena". Em seguida, a vontade que me acometeu foi de cuidar daquele menino. E meus pensamentos flutuaram mundo afora, parando nas crianças da África e da Ásia. Por vezes, pessoas com boas condições financeiras adotam uma ou duas crianças e acham que salvaram o mundo. Conquanto, e as outras crianças que lá ficaram? Será que elas não precisavam, também, ser adotadas e viver em melhores condições? E os familiares delas não têm direito à vida digna? Amaria uma resposta advinda do comitê da ONU. Sim, sim, sim. Todos sabem que a resposta é afirmativa. O problema é que poucos têm muito e muitos têm pouco.
Voltando ao garotinho, marquei-o na minha memória. A sua mãe, aparentemente fatigada de se dispor à boa vontade das pessoas que quisessem ajudá-la, também guardei como um dos rostos de minhas lembranças. Até agora não entendo o porquê de todo o ocorrido, mas eu sei que uma vontade de ajudar e amar o próximo assinalou um gráfico crescente em mim. Mais especificamente, pensei num início: ser doadora de medula óssea o mais rápido possível. Sou tão pequena, mas posso fazer ações para diminuir as diferenças. Posso até cogitar uma utopia, mas é bom não esquecer que a parte que pede é sempre maior do que a que oferecemos como ajuda. Basta recordar as crianças: deveriam ser apenas crianças, mas incitam sentimentos grandiosos por a moral que possuem.

2 de novembro de 2011

E quem dirá?

E quem dirá que é tardio
Para recomeçar a solidão
Acompanhada do frio
Envolvido na razão. (?)

E quem dirá que é cedo
Para aquecer uma mente
Diante do sentimental medo
De encarar outrem convergente. (?)

E quem dirá 
O que deve ser dito?
E quem fará
O que foi cometido?

E quem, a não ser eu?
E quem, além de você?
E quem, além de não mais nós?
Não mais nós.

Porque já seguimos
Com mãos entrelaçadas.
Mas paramos quando convimos
Que nossas estradas estavam separadas.

Sempre. Quando ocorre, o físico chegou ao fim. E o fim, cíclico como é, reinicia-se nas experiências saudosas que se relacionarão benevolentes com a memória. Somente com a memória. 
Agora sigamos, pois devemos vislumbrar à frente.

18 de outubro de 2011

Aquela estrada

Tão escura e revelando seu assombro. Uma sombra, uma imagem alheia e um confuso pós-valente na estrada. Então estendem-se duas mãos na mesma direção - com sentido e intenções distintas -, apenas esperando uma decisão, seja lá qual fosse. Todavia, por ser escolha, deve prosseguir em frente e explanar o quão natural foi para fazê-la. Indecisão e medo meramente normais. Normal é ser o humano que não se diz normal. Que não é normal. E, por assim ser, prefere - indiferentemente - lutar pelo mais árduo, apesar de não conhecer qual força irá impulsioná-lo. Se impulsionar, então duvida. Foi-se: realizada a decisão. Seguir e não prever. Só seguir. Só buscar não ter medo do que aguarda à frente, porque o receio... é o meu e o seu impedimentos. Estaremos sem carro naquela estrada, mas estaremos humanamente juntos. Está, pois, valendo (para mim).

Olha a cachaça, 'c*rai'

Experiente meu irmão
Ao gritar com gosto o seu agrado
Pelo etílico convocado
Nos diários "FDS" de comemoração.

Eu ria ao ouvir
O verso de praxe a surgir
"Eu bebo água, que passarinho não bebe
E tubarão - apontava o amigo com feições exageradas nas narinas - não nada".

Nunca que eu beberia
A preciosa cachaça
Que de pouco me serviria
Para incorporar a malvada com graça.

Músicas não faltavam
Para aquele moleque assíduo
Aos dotes cachaceiros que amavam
Os seus neurônios comprometidos.

Ai, que saudade de sua confiança
Revelada nos trejeitos acostumados
De pegar o copo como aliança
Ao grupo dos felizes embriagados.

Confiança perdida numa curva. Retalhada por um jipe. Eternizada nas lembranças divertidas.

O tanto que me ocorre

Em dias com aparência infindável
Para prosperar um "tudo bem",
Mesmo existindo maleável
O ferro que uso como refém.

Já não importa o cansaço
Ou a dor que eu possa saborear
Num sinal de masoquismo amado
Sobre as feridas a cicatrizar.

Porque não está cansado.
Porque não está saboreado.
Porque não é masoquista.
Andou, bem-vindo à pista.

E o tanto que me ocorre
Não se faz tanto assim
Quando a esperança morre
E ressurge a fé em mim.


És tu, tempo. Tempo, vou te fazer um pedido: exista para sempre em mim. Coexista, sobre ímpeto, para quem não acredita em sua concentricidade. Porque ocorrendo tanto, o tempo corre enquanto. E vai passar, sarar, voltar, agonizar, cicatrizar, machucar... Ar. Ah, o ar! Faz-se vento quando em movimento. Faz-se brisa quando soa leve. Faz-se furacão quando está feroz. Ar, ar, ar. Amar. Só amando para saber que o tempo é auxílio. Que o tempo é Deus. E Deus é tempo. Mas talvez... Sim, tu amas. Eu, também.

18 de setembro de 2011

Equilíbrio

Na verdade, a constância não é o equilíbrio. Acreditar que o fim de todos os problemas e reinício de sossego eterno não é a melhor forma de encontrar o ponto de equlíbrio para a balança viva que somos. Os conflitos eternos, capazes de modificar a essência e aperfeiçoar a sabedoria alcançada através das experiências, são a massa em excesso de uma vida. Sem essa matéria, não haveria descobertas. Sem descobertas, não saberíamos encarar desafios com níveis superáveis aos anteriores. E por meio de vitórias e derrotas, é construído o orgulho de nós mesmos.
O que pretendo expor, particularmente, é a necessidade do desequilíbrio, uma vez que ele é parte fundamental do equilíbrio. Pensar - por exemplo - em uma briga, na experiência adquirida para encarar a compreensão e na sensação de resolução instiga - pelo menos a mim - o ser humano a se medir. Em suas medições, ele se conhece verdadeiramente.
Eu tenho muito a agradecer por minhas dificuldades, mas pouco sei expressar nos momentos de desespero. Expressemos, pois, nossas más e boas emoções. Vivamos tudo, porque sufocar nossas raivas ou frustrações não nós fará parecer mais serenos para os outros, enquanto o nosso-eu estiver em crise interior. Admiremos a aventura de fitar e responder os problemas. Respeitemos a sabedoria que teremos conquistado com o "sobe e desce" da existência. Abracemos o equilíbrio devidamente perdido no caos.

7 de setembro de 2011

Lavando a alma linguística

Que todo ser humano é capaz
Não é mistério para ninguém.
Mas há quem se supera no que faz
E a outro causa um grande bem!

A minha paixão é assumida
Pelas palavras que se combinam
Na formosa linguística
De encantos que admiram.

Há texto por toda parte,
Não dispensa o mínimo espaço!
Surge palavra até de Marte
Enfeitada com um escandaloso laço.

E reluzem os singelos,
Carregando conhecidos vocabulários
Que se mesclam sob o belo
Com seu aspecto revolucionário.

É resgatada por minha visão
O sentimento de calma
Encontrado na lavagem d'alma
Acompanhada de emocionante sensação.

Então é revelado
O segredo da escrita:
Pois não requer o sofisticado,
Mas a sua vocação efetiva.

Ao Filipe Tondato, que se fez, em sua simplicidade magistral, um grande escritor. 

Autoperdão

Não digo que me perdoe, mas busque sabedoria para se encontrar em suas falhas e alcance serenidade para reconhecer que são necessárias as desculpas do seu próprio eu.

2 de setembro de 2011

Avidez por distância

Ainda não foi descoberta
A origem para seu anseio
De se ver liberta,
Alçar o voo mentalmente prisioneiro.

Seja o estudo,
Seja uma genuína vocação...
Busca-se a ausência do mudo
E o ínicio da mais livre ação.

Vai embora
Sem demora
Quanto à hora
Que é o agora.

Ou um pouco mais de espera,
Ou um pouco mais de experiência.
Quem dera avassalante amnésia
Para a antiga sobrevivência.

Mas que eu tenha a minha mochila
Em turgidez de conhecimento,
O qual se faz psicológica comida
Para um novo ser em andamento.

Andando distante,
Talvez perambulante.
Mas sabendo o seu querer:
Ela quer ir, a fim de renascer.

6 de agosto de 2011

Precipício

Se guarda uma luz ao fundo,
Não é sabido a sua origem,
Pois parece engolir parte do mundo
Esse precipício de causar vertigem.

É sentido um dos pés em falso,
Encolhendo-se para regredir.
Mas parece estar descalço
E os dedos começam a se ferir.

Corra para o lado!
Por mais que o escuro seja atrativo,
Não deveria ser bruscamente jogado
Um pensamento pela bravura não aquiescido.

Surge, então, uma parede
Aproximando-se por trás,
Empurrando o tapete
Que guarda como poeira a paz.

A parede pode ser o tempo,
Que se move conforme seu arrastar...
Haja ou não contentamento,
(Só) será possível correr ou de vez pular.

Quantas vezes a vida não foi um vale? E conforme a trajetória seguia, quantas foram as vezes em que o caminhante se encontrou em picos? Mas há precipícios, e situações que colaboram com sua dimensão. Correr ou pular podem ser escapatórias, mas dificuldades são encaradas através da coragem. Cabe ao caminhante encontrá-la em sua experiência.

Às 6h30min

É chegado o período noturno
Em que o doze se faz a metade 
Às vésperas do parto nada taciturno,
Cujas dores anunciam a vinda da felicidade.

Mas a mãe entra em quatro hospitais,
A fim de encontrar a resposta para a recepção
De quem parece não querer esperar mais
Para conhecer o exterior do ventre de proteção.

São seis e trinta!
A Talita se põe a chorar,
Comprimindo o oceano de seu olhar,
Que toda a angústia finda.

Mas que linda criança
Transformando-se numa mulher
Em seus 18 anos de esperança
Na maioridade do que realmente quer.

E que seja parabenizada
De uma forma meio adulta,
Sem perder a essência infantilizada
De sua personalidade pura.

Ai, cachorra! Não há palavras que expressem meu desejo de querer sua felicidade em todas as condições de sua vida. Uma pessoa com uma alma tão valiosa, tão rara e tão especial - para mim, então... - merece ter seus sonhos concretizados e acompanhados da plenitude de sorrisos e bem-estar.
Eu te amo demais, minha grande amiga! E não esqueça que "por onde quer que eu vá, vou te levar pra sempre".

29 de julho de 2011

Ele é 'antigomobilista'

Há quem colecione seus importados,
Ou encontre fascínio nos nacionais,
Mas sei de um cara 'dorgado'
Que prefere carros de muitos anos atrás.

Conhece específicos vocabulários
E corta os dedos por relíquias desvendar
Sem a promessa de salários
Maiores do que o seu admirar.

Eu não ouso minha intromissão no assunto,
Mas é divertido ouvi-lo descrever
Sobre automóveis em conjunto
Datados de um passado a transcender.

Satisfeito, Anderson?

26 de julho de 2011

Espera mútua

Um Lenine nordestino
Já tem em voz de canto
A expressão do humano desatino
De ficar esperando.

Esperar do outro,
Não sentir-se solto.
Esperar do mundo
Enquanto ele espera de nós...

Um pouco mais de paciência.

Mas é o tempo a fazer revelações
De soluções perdidas no desespero
Por querer efetivar as realizações
Trancafiadas num tipo de antigo medo.

Todos vão ter de esperar
Com divertida mutuabilidade
E serem capazes de escapar
Dos enganos vindos com as mudanças da temporalidade.

Que, ao menos, seja encontrado o acerto
Dos intervalos de durações viáveis
À passagem vitoriosa pelo aperto
Em um, dois ou três corações miseráveis.

Lenine - Paciência (eu recomendo que ouçam!)

24 de julho de 2011

Ligar e autenticar

Talvez não seja explicitável
O ato de guardar a verdade
Àquele que se diz viável
Para abraçá-la com maturidade.

Por quase dois ciclos
Ele fora seu interlocutor,
Com ouvidos infinitos,
Atentos por amor.

Chegara, então, a mudança
Acompanhada do complexo
Inundado de esperança
A não deixá-lo perplexo.

Uma ligação,
Sinal perdido.
Horas depois, outra ligação
E o necessário foi dito.

Apesar de tão distante,
Apesar das novas e mútuas possibilidades,
Ele é sua fonte inacabável do instante
Em que não são negadas as verdades.

Isso é amor. Isso é confiar. Isso é eternizar alguém.
Mas eu não sei explicar.

21 de julho de 2011

Nota sobre mim

Minha tristeza é poética.

Subidas e descidas sob o tempo

É certo que o vagaroso
Atravessa vilosidades temporais,
Na ocorrência de um proveitoso
E extenso caminho experimental.

Arrasta-se na depressão,
Corre sobre picos...
E a trajetória não impõe condição
Para desvencilhar o maldito.

Resta caminhar:
Rápido ou lento.
Resta acompanhar
A vida em seu movimento.

Mas que não me ocorra o plano!
Desejo subidas e descidas,
Pois explicou um não-santo:
"Linha reta no eletrocardiograma é o fim da vida". 

"A vida é feita de oscilações, de altos e baixos. A oscilação é que dá prazer. A linha reta no eletrocardiograma é a morte." (Leopold Nosek)

19 de julho de 2011

15 de julho de 2011

Esvaziar a mente

Se for pensar,
Parar para pensar
Sem pensar em parar 
É pensar e não parar.

O cérebro não finda atividade,
Sequer quando te faz as pálpebras cerrar.
Ao seu dia é dado continuidade
Num sonho ou pesadelo de acordar.

É lembrado o que convém,
A intensidade que sua vontade tem,
Até ficar apenas com o "sem"
E proclamar "amém!".

Como esvaziar a mente
Atônita de palavras
Advindas de uma gente
Que derruba situações amargas?

O vácuo está distante
Para quem não é capaz
De pausar uns cinco instantes
Plenos por inferno e paz.

13 de julho de 2011

Sumiço

As palavras escapam,
Tropeçam, 
Somem.
O silêncio de tudo a ser dito.

Mas as vozes gritam
A falta de som
Que as situações explicam
No pior tom.

Não só as palavras fogem.
Claro que não!
Para de existir o interlocutor
Após o adeus de um calado locutor.

10 de julho de 2011

A outra

Como ser a outra pessoa
Que já foi primeira
De uma escolha inusitada
A ser a segunda?

Mas seguir trilhas
Faz parte de um fenômeno,
Cujo nome exala a vida
Decisiva da razão.

Confusão!
Larga-te de mim,
Para que eu possa me esclarecer
Em seu início e fim.

Não há o que pensar:
Você é a outra.
Pelo querer a se motivar,
Mas é a outra.

Sua sorte, madame  pessoal
Foi analisar o passado
Cônscio de resquícios
De que você poderia não ser a outra.

Que passado, o quê?
Se não seguisse em frente,
Estagnada seria na própria indecisão
Ao concluir que quase tudo mente. 

Palavras, confundam-me! Só assim posso brincar com teus milhares de sentidos.

Vendendo a mágica das palavras

Quantas vezes uma pessoa alheia a teu âmago emocional te vendeu as palavras de tua reconstrução?

Vender palavras
No mundo capitalista da vida
É quase um retorno financeiro
Do que o dom e a necessidade obrigam.

Compartilhar experiências
Por digno caráter de empatia
Não condiz com materialidade em essência.
Não, mil vezes não!

Sendo a vida um espetáculo
Por que não somar mágicas
De brilhar íris oculares
Ao vislumbre da mescla linguística?

E a palavra da comunicação
Adquire traços ilusionistas,
Superando qualquer expectativa
Da mágica em sua emoção.

Ao longo de horas
É percebida quanta verdade
Há numa boca que elabora
O sentido das lágrimas na simplicidade.

É que o mágico também chora...
Não só por palavras do coração vender,
Mas pela capacidade de perceber
Que carrega aprendizado para si e aí afora.

Por mais que não haja a leitura do mágico Renner, eu preciso agradecer por suas palavras, mágicas, diversão e lágrimas. Um conjunto de contradição pleno de sintonia fez-me acordar reconstruída de ideais, sonhos e vontades. Eu, sim, acredito que "o homem é aquilo que quer ser". Desejo que Papai do Céu continue a iluminar a vida desse vendedor de sonhos.

4 de julho de 2011

Sorriso

A encantadora de risos
Finalmente se depara
Com o esconderijo dos sorrisos
Em seu próprio flagra.

Sem motivos para esquecer
Vai suportando sonhos,
Que à realidade não vão tender
Se prosseguir apenas com o "suponho".

E o Sorriso continua a sorrir
Na janela fechada de sua sala...
Não é sabido quando partir,
Até que apresente, ao menos, a fala.

Ela está sorrindo para a lembrança.

Sem expectativas
De ruborizar mais uma vez
O êxito da descoberta reluzida
Naquele sorriso cortês.

26 de junho de 2011

Sonhando em uma estrofe

A mente-além sonha
Com o desejado acontecimento futuro,
Por ocasião de um hoje
Apaixonado pelo significado puro.

Volta, Senhor

Eu Te louvo,
Eu Te amo,
Eu Te agradeço,
Eu me jubilo em Ti.

Busco a essência de uma vida
Entorpecida em algum caminho,
Que do mesmo jeito não mais seguido
Foi por pés de fé.

Mesmo sem orações,
Eu suplico:
Senhor, cura minhas ilusões
E restitui um coração perdido.

O retorno à infância
Cativa a memória de poucas dificuldades.
Eu era tão Tua
Quanto sou para a liberdade.

Hoje eu quero novamente o aconchego
De braços celestiais,
Que me façam repousar
Nos mais calmos mananciais.

Volta, Senhor! Minha vida não faz tanto sentido, desde que confundi meus passos até Ti.

Insatisfação

Insatisfação é acordar
Sem expectativa de encontrar o novo
Blindado pelo cotidiano.
Pensando negativamente sem ordem.

As horas não caem 
No tempo da ação.
O sono arranca tempo maior que um dia
De olhos humanos sem motivação.

Dizem que é praga.
Cuidado!
O maior inimigo 
Encontra-se em seu interior.

E revolta-se com o mundo
Por não saber se mover
Sobre as pedras de barro
Não aplanadas pela força dos pés.

Estado de espírito
Que consome forças 
Por nada fazer.
Mudança sem querer.

25 de junho de 2011

Reflexão incerta

Se fosse encontrado
O fim de interesse belo,
Teria sido no olhar 
Do amado incerto?

Que valor seria o amor
Após uma descoberta
De intenso torpor
Sobre a noção alerta?
Quem não quereria
Resposta para o fim,
Cujas linguagens carregam
Um som de agudo tilintim?

E se tudo encerra
Com um infeliz final,
Trago nos últimos versos
Uma ocorrência magistral.

Eterno é o que não dura
Nos termos de cotidiano.
E, assim, não haja a cura
Do verdadeiro amor... e leviano.

E ela mirou a lua, com seus braços cruzados. Ele, que se encontrava escondido, relembrou com ela o passado. Por aquele breve momento, após um ano, foi como se estivessem juntos para o sempre deles.