20 de setembro de 2012

Conto de praga

Se a Julieta fosse amiga
À parte de seu amor pelo Romeu,
Duvidaria que não fosse tão traíra
E não choraria por quem morreu.

Eis que essa mulher lamenta,
Desespera-se pelo fim...
Pede que seu amado dependa
Apenas de seu "sim".
Sim, eu te quero.
"Sim" a mim!

E "não" a ela;
Ela, falsa amiga.

Ó, querida amiga!
Souberam que choraste
pela Julieta em partida
- de sua vida -.

Agora, colhes a verdade:
As lágrimas dela
Nunca vieram por tua amizade.
Caíram por causa de uma vela
De quase 365 dias completados.

Mulher é mulher.
Esta não vale seu pensamento:
Infelicidade alheia,
pela qual anseia.

Conto de praga, desfaça-se!

19 de setembro de 2012

Falta

Sinta a falta de voltar
Àquelas pessoas de alegria
Proporcionando companhia
Sem o receio de findar.

Sinto a falta do onírico
Hoje tão triste, tão perdido!
Fez-me ser criança
No compasso da individual dança.

Senti falta de ser eu:
Deveras viva.
E tudo que já foi exatamente meu
Está sob a mira.
Como sofreu...

Falta
Da alma
Que salva
A calma.

Saudades, é verdade,
Sinto-a de minha paz;
Imensamente envergonhada,
Descrevo não ser capaz
De retornar.

Pois só lamento...