29 de maio de 2012

Quando

Quando houver um "quando"
E a situação descontrolar,
Não fique a mando
De alguém popular
- Ou pouco vulgar -.

Porque não há santo
E quem erra só pode ser humano.
Mas se estão querendo ser Deus, 
Aí os problemas são seus.

Quando causarem a ruptura
De um "belo" companheirismo,
Faça logo a captura
Do iminente cinismo.

Porque ninguém é coerente
Só por ir à igreja:
Há um punhado de crente
Labuzando-se com cerveja.

Quando tudo parecer acabado,
Tenha noção do começo.
Se eu fui mastigado,
Não foi porque mereço.
Mas porque devo.

E falando pior do que malandro:
Não existe certo e errado
No meio do nosso bando.
Há o verdadeiro e caso encerrado.

Moralizei
Da mais escrachada forma que encontrei.

À Juli

Se rir com "dance"
Em um complexo gesto labial,
Pare e pense:
Sua amiga lhe dá moral.

Mas ao faltar presença
No lugar onde não suporta ausência,
Procura a saudade
Para não lhe ferir em igualdade.

Porque se cresse em outra vida,
Duvido não serem "manolas"
- Muito loucas -
Sem sonso papo de "querida". 

Que "sonsidão"! 

Aqui eu vejo o sincero,
O completo.
Aqui eu sinto amor,
Sem nenhum pudor...
De serem divertidas,
Amigas. 

Simples.

26 de maio de 2012

A fim de perdurar

Quando um vai para lá,
Em contrapartida a outrem,
É menos difícil balançar
A promessa da distância além.

Menos se enxergam,
Mais pecam.
E ficam embarreiradas,
Como se pudessem ser atropeladas...
Pelo orgulho.
Pela vergonha.
Pelo medo mútuo.

Eis que a fraternidade grita,
Esperneia por uma solução!
Não é possível uma intriga
No âmago de tão bela união.

Logo a conversa vem,
Redime-se perante a amizade,
Pois é maior o bem
Quando o perdão se faz
Tão nobre quanto a solidariedade.

Animação à vista.
Sob visão a reconquista
Do que nunca foi perdido;
Amigo é para ser infinito.
Feito vocês.
Feito elas para mim.
E a elas, eu digo "sim".


25 de maio de 2012

Uma volta

Não basta o retorno da infância,
O reencontro com a fé
Ou o amor sem instância.
É preciso ir a pé.

Sentir o cansaço
De cada decisão,
De todas as omissões
E se responsabilizar no compasso.

Reestabilizando.
Amando.
Voltando.
Sendo. Quem eu era, antes de tudo.

Antes de tudo ser nada
E do nada...
Ser-me.
Pois eu que cheguei ao fundo,
Subi o poço.

Feito Pequeno Príncipe,
Libertei-me do corpo pesado
Para o retorno do conforto,
Que, outrora, eu mesma construí.