31 de dezembro de 2012

Fala-te, mas silencia

Se te contarem o medo
De repetir a cena
Ao atender um apelo,
O que está a vir vale a pena?

Pois perdoe-me, passado
Se de ti me afastei...
Mas prefiro o "eu" calado
A saber que contra tudo fiquei.

Quem me daria
Longas noites
E belos dias?

Quem apartaria
A guerra que contra mim
Eu cometeria?

Se fui santa,
Já estou a negar.
Mas agir profana,
Bem consigo aceitar.

Por ora, fico silenciosa
Para não buscar argumentar.
Sabes que sou teimosa
E, em pouco tempo, estarias a me desprezar.

24 de dezembro de 2012

Estrofes livres*

Se existir a coragem
E a loucura de acreditar
Que o futuro em miragem
É capaz de te agradar,

Você está livre.

Quando a cicatriz
Já não é espelho da lembrança

Em que não se via alguém feliz
Diante de uma torta mudança,

Você está livre.

Caso calcule a possibilidade
De sentir o horizonte
Cumprimentando a sua face
Bem mais próximo do que longe,

Você está quase livre.

Nunca se ouviu dizer
Que a felicidade
Desconectou-se da liberdade.
Há quem não quisesse ambos ter.

Mas muito se pronuncia
Ao tempo de quem não faz.
Vejam os olhos da Maria:
Ela só deseja a paz.

*Que as palavras signifiquem o que o coração já não concilia à mente.

17 de dezembro de 2012

Mudando

Há quem, outrora
Fizeste parte da fraternidade
Construída pela amizade.
Há quem, agora, fique fora.


Terá eu mudado?
Ou aquele terrível fim

Terá a esperença levado
Para distante de mim?

Quão solícito um novo lugar!
Angustiaria a dor
Numa vida com outra cor,

Na lembrança a transformar...

Preciso eu, por ora,
Encontrar-me no deserto
Que o Senhor mostra
Aos meus olhos tão perto.


Que a minha prece Te alcance, Senhor, feito o incenso que se eleva.

15 de dezembro de 2012

Sociedade de (apenas) adereços

Já pude ler
Ao centro da comunicação
Que as vestes capaz de se ter
Não constrói a moral de um cidadão.

Ou, quem sabe, aquela presença
Ilustrada pelos animais que leva
No bolso, carteira ou na desavença
De tantos interessados por sua vida bela.

Eis que vejo tantos saltos
Adquiridos por pura aparência,
Mas que logo são quebrados
Pelo plano da indecência.

E como pôde aquela menina,
Tão infantil em clareza,
Ser grosseiramente repreendida
Por sua inegável natureza?

Pois grite sob ardor:
Sociedade que, para tudo, sabe o preço
Mas não reconhece um único valor
Tem descartado o seu endereço.

10 de dezembro de 2012

Palavras de fim

Tivesse me dito
A tristeza aqui,
Gritaria ao ouvido
De quem foi até ali.

Insustentável dor
De ter o conhecimento
Sobre a dificuldade do amor.
Louco sofrimento!

Divagaria
Pela alma em deserto.
Jamais voltaria
A este lugar tão perto.

Ó, ceticismo!
Vieste por outrem
Que a minha face tem
Em solo de companheirismo.

Que eu enfrentara
Não só minha lágrima,
Mas ousara
Curar tua lástima.

E se foi rápido
Sem a coragem
De ser tão tácito
Em breve paisagem.

Ao fim
Nada se sustenta
Sobre mim,
Sobre a tenda.

Viesse a lutar
Para durar...
Sem escapar
E nos condenar.

Ao itálico, uma confidência amiga. Faça-se a visita.

16 de novembro de 2012

Perdendo-se

Perco
A postura mental
E apenas vejo
"Este é o teu final".

Indago
Onde estão as respostas...
Perplexa, paro;
Só tenho apostas.

Porque você há de perder
O controle da situação
Mediante todo o seu sofrer
Não ser um vislumbre além do chão.

Discutir as lembranças
Torturará a falta
- Tornando-se saudades santas - 
Pelo selo na alma.

E quem encontrará
A compreensão para um chorar,
Se alheio é o que se pode notar
Na observação que outrem fará.

Mas que eu viva:
Perdida em sonhos!
E jamais me julgue iludida,
Pois a mim não é o que proponho...

Estou perdendo-me em mim
E apenas não sei se estou bem assim.

9 de novembro de 2012

Descoberta incompleta

Se o mal veio ao meu socorro,
A Força decidiu me ensinar
Por meio de um sopro
Que os ventos hão de conspirar
Ao meu favor sobre o morro.

Agradraria-me a compreensão
Para a lógica vital
De estar em ascensão
Após um soco brutal.

E, talvez, descobri:
A luta não é falha
- Você pode sentir -
 E ao amor nada atrapalha.

A procedência da descoberta
É humana!
E ainda que esperta,
Dela erros emanam.

Só me explique
Como um teor materno,
Tão terno,
Pede que a minha alma suplique
Por meu desejo de vida eterno.

O mais:
Caminhos tão misteriosos
Perpetuam as amizades
Através de momentos empáticos sigilosos.

Qual a maneira, então
De um homem amar
A fragilidade em personificação
Ao ponto de tanto suportar?

Não!
Não encontrarei todas as respostas...
Tampouco quererei
Realizar apostas
A respeito do mistério que sempre serei.

E terei.

30 de outubro de 2012

Salvando-me por ti

Não sei bem:
Sinto que acredito
Em salvar a mente de alguém
Quando meu pensamento é escrito.

Mas a necessidade de outrem
Faz minha própria salvação
Servir muito além
Do que captou a imaginação.

Quem me lê,
Cativa a direção
Para eu ver
Todos que amam meu coração.

Vislumbre a vontade
De receber um sorriso
Ou abraço amigo
Ao expressar a verdade.

Gostaria de que sentisse,
Ouvisse!
O momento em que a linguagem
Retorna à minha paisagem.

Soa forte o agradecer
Ao receber,
Por ser
Alguém de merecer...

Já não escrevo por mim
Ou por ti...
Mas a todas as mentes
Que desconheço
E possuem meu apreço
Ao salvarem-se ainda quentes.

16 de outubro de 2012

Por Lispector

Acordei hoje com tal nostalgia de ser feliz. Eu nunca fui livre na minha vida inteira. Por dentro eu sempre me persegui. Eu me tornei intolerável para mim mesma. Vivo numa dualidade dilacerante. Eu tenho uma aparente liberdade, mas estou presa dentro de mim. 
(Clarice Lispector)


Feito autocondenação,
Há pecado na indiferença;
Pela mente, imposição.
Mas qual será a sentença? 

Liberdade me segue
Junto à vida,
Que persegue
A mudança não correspondida.

Quem discerne o egoísmo
De minha vida dual?
Dirão masoquismo
Para meu caráter atual.
Sim, eu o possuo!

Ah, o Amor...
Vem com a dor
De ser feliz
Rabiscada pelo giz.
(Não da professora, 
mas de mim, a autora). 

E ousa-me a vontade
De correr atrás
Da liberdade
De viver em paz.

Conquanto me julgo
Com pena de morte!
Retifico o pulo
Em que tive sorte.

Morte vivida
Pelo prazer da tristeza
Em ser fraqueza
Ao invés de face erguida.

Deve existir a superação
Ao levantar-se 
Do sonho-solidão...
Irá castigar-se?

Só o nada
Em meio ao tudo.
Pois, meio sou indignada
Com meu próprio mundo.

Calarei como "bipolar",
A fim de não me magoar.
E hei me ganhar
Ao me amar.

Decidi me usar para ser alguém.
Optei, certa cez, por me possuir em felicidade. Ou além.

14 de outubro de 2012

Dossiê

O que dirá um dossiê
A partir da ausência conhecida
Do eu sobre você?
Necessita-se da partida...
Para aí, para lá.

Venha Dostoievski proclamar
Num caráter historiador
Que pelo sofrimento se purificar
É situação de menos dor.

Ou quem sabe,
- Sabe, sim - 
Organizar eventos trace
Um reconhecimento sem fim.

Mas não esqueça-se da decência!
Enxerga-se moral sobre o didatismo
Sugerido na brincadeira em essência.
E não se corrompa pelo Capitalismo!

Mais a citar: o sorriso.
Ao querer, meio malicioso...
Compreenda que assim me foi descrito!
Conquanto, sussurraram, também, "bondoso".

Surja, santa proximidade!
A curiosidade já alicia meus pensamentos...
Ao deparar-me com a verdade,
Não hei de ser dona do momento;
Tampouco de um lamento.

Por menos, terei alcançado uma espécie de luz para alguém. Em outras palavras: um ser humano que, à minha bagagem recordativa, convém.

Conhecemos um homem pelo seu riso; se na primeira vez que o encontramos, ele ri de maneira agradável, o íntimo é excelente. (Fiodor Dostoievski)

9 de outubro de 2012

Inconstante é ser feliz

Ser feliz
Tornou-se constante,
Como nunca quis
Por um único instante.

Não é da vida
As diárias oscilações?
Queixo-me, tão atrevida,
De minhas maldições!
- Constância, és! -

Ao lembrar,
Vem conforto com a decepção.
Seria masoquismo ratificar
Que a alegria está na modificação?
Ou, quem sabe, numa breve sensação
De ninguém ser,
Nada ter
E o tudo não poder.

O real não condiz ao afundamento
Em sobriedade da tristeza,
Porém não há visão de contentamento
Na felicidade por leveza.

Ah, a fraqueza de sê-lo!

E me habita um Deus!
Não julgue a decisão
Por pecados meus.
Também sou consolação.
E, em Cristo, perdão.

Mas não implore,
Tampouco pereça
Por minha sorte.
Faça o que lhe mereça.
(Só me deixa!)

E jamais use o amor maior
Para me livrar do momento só!
Eis que minha mãe amada
Não está servida à praça.
Por ela, há meu tudo;
Todo o meu mundo. 

Para o fim, não desacredite
Em meu gosto pela vida.
- Ou pela passagem da alegria! - 
Por ora, desejo que minha'lma facilite
O percurso da linha descabida...

Que eu criei e escolhi nas diferenças,
Nas ausências do "Mesmo".

Assim aprendi.

20 de setembro de 2012

Conto de praga

Se a Julieta fosse amiga
À parte de seu amor pelo Romeu,
Duvidaria que não fosse tão traíra
E não choraria por quem morreu.

Eis que essa mulher lamenta,
Desespera-se pelo fim...
Pede que seu amado dependa
Apenas de seu "sim".
Sim, eu te quero.
"Sim" a mim!

E "não" a ela;
Ela, falsa amiga.

Ó, querida amiga!
Souberam que choraste
pela Julieta em partida
- de sua vida -.

Agora, colhes a verdade:
As lágrimas dela
Nunca vieram por tua amizade.
Caíram por causa de uma vela
De quase 365 dias completados.

Mulher é mulher.
Esta não vale seu pensamento:
Infelicidade alheia,
pela qual anseia.

Conto de praga, desfaça-se!

19 de setembro de 2012

Falta

Sinta a falta de voltar
Àquelas pessoas de alegria
Proporcionando companhia
Sem o receio de findar.

Sinto a falta do onírico
Hoje tão triste, tão perdido!
Fez-me ser criança
No compasso da individual dança.

Senti falta de ser eu:
Deveras viva.
E tudo que já foi exatamente meu
Está sob a mira.
Como sofreu...

Falta
Da alma
Que salva
A calma.

Saudades, é verdade,
Sinto-a de minha paz;
Imensamente envergonhada,
Descrevo não ser capaz
De retornar.

Pois só lamento...

8 de agosto de 2012

Mais uma vez, existencial

Receio
Os poucos dias a vir.
Percebo
A ausência do sorrir.

Por que parece haver fim?
Fim imediato
Com início desperdiçado...
A situação não pertence a mim.

Não quando estou alegre,
Mas já depressiva,
Entregue à miserável febre
De querer ser esquecida.

Hei de exigir desculpas
Para minha culpa!
Esbravejará meu ego
Para o ato incerto.

Desespero-me
E transfiro.
Embebedo-me
E complico.

Importa amar, sim!
Não findar o choro ao calar.
Pois com o sujeito oculto
Deveras me preocupo.

A minha mente ocupo.
Minha imaturidade culpo.

Surja, ó aprendizado!
Já não desejo a tristeza,
Tampouco minh'alma em pobreza...
Necessito de um futuro libertado.

A voz, então,
Abafada me acalme
E o esperneio de meu coração
Cesse!
Não mais me maltrate...

Porque eu almejo
Só mais do teu beijo.
- Provo a sinestesia da maciez -
Para que não ouses repetir
Que de ti eu me esqueço.

Sei que te mereço.

5 de agosto de 2012

Pai

Talvez eu não possua coragem
Para entender seus erros
Que não se contam aos dedos,
Pois identifico cada imagem.

Impeço-me 
Quando peço.
Respeito ou fuga;
Prevenção ou luta.

Mas sou capaz
De implorar o desabafo.
Fico em paz com o que ele faz:
Consentimento num abraço.

Pois sempre hei de ouvir
"Tudo o que faço é por ti"
Faltando-lhe sobriedade, 
mas jamais verdade.

E lembrarei sua lágrima
De arrependimento pelo não feito.
E atemporalmente será válida
A cura pela dor no peito.

Pai:
Tão ininteligível ao olhar,
Mas tão meu ao amar.

8 de julho de 2012

Devolução

Fui nefelibata
E quase o sonho me mata,
Quando apresentou-me a desilusão
Para o que nomeiam de coração.
[Mas é a mente]

Choros vieram a curar
Cada dor após um empurrão,
Mas também conseguiram secar
Todo os planos de paixão.
[Resgatando a solidão]

Até o momento de um encontro
[Melhor dizendo: reeencontro]
Em que pudera existir espanto
Ao som de um canto:
"Só que agora é diferente/
Sou tão tranquilo e tão contente".

O que achara ter se perdido
Em meio a tombos 
E pontos
Fora devolvido.

De forma sincera.
Sob pesadelos.
Sob meus insanos tropeços.

Ele que me devolve o amor
A cada ligação
- Ou em divertida declaração -
Fugiu com a dor.

Vi o mar.
Senti o ar.
Provei da certeza
De amar e concretizar.

Devolveu-me sonhos
Ou um sonho para lutar.

Devolveu-me a calma
Ou um objetivo pelo qual esperar.

Mas não só devolução.
Houve criação.
E há.
Cria-se o futuro a dizer
Sobre o meu querer.
[De estar com você]

Na varanda

Brinca com o vento
E o riso fica à solta,
Até que se encontra sonolento
E nos braços a criança é envolta.

Som alegre!
O intervalo de descanso
Num ar campestre
Para um coração manso.

A varanda é favorita
Para encostar a cabeça,
(Para esvaziá-la)
Para saborear a sobremesa
Sobre a mesa colorida.

Ele comemora um sorriso
Entre quatro barreiras de tecido.
Sabe-se lá o que há de bonito
Sabe-se lá o que preenche os seus olhos
Com aquele brilho.
Especial brilho.
Meu brilho.

Um bebê para os dias
E não esqueço as tardes!
Sua inocência me contagia
Em paciência.
Em calma.

Retorno à infância.

Contudo, ainda sou imperfeita
- Não que eu deseje a perfeição -;
Só devo honrar por ser a eleita
A zelar pelo meu "lação".
Coração de titia.

20 de junho de 2012

Decisão

Agora já passou
Desde aquela decisão.
Se deveras foi,
Eis a minha indagação.

Não deveria temer
A vida adulta.
Escolher é meu dever
E minha maior luta.

Luta contra mim.
Luta por paz.
Sobre um muro sem fim,
Andar é o que se faz.

Por que não outro dia?
Hoje é tão súbito.
Adiaria
O futuro em furto.

Eu mesma me roubando
Eu, questionando. 

Desisti.
Fiz nova escolha.
Minha assinatura inscrevi
Sobre responsável folha.

Papel de contrato
E suspensão do maltrato
De insistir
No que nunca possuí.

Mas que eu expresse:
Sou o que eu quiser.
Não será a decisão que eu fizer.
É a prece.
Pouca pressa.

Chego lá.
Por enquanto, fico por cá.

Espere. 
Há de vir nova decisão.

16 de junho de 2012

Frustração

É necessário poder;
Não basta a expressão.
Se eu fosse dizer,
Calaria por frustração.

Frustar é desolador verbo.
Pobre ego!
Extinto pela vergonha
De não ter-se o certo.

E o que seria acertar
Se no retorno, ela desiste?
Haveria de caminhar!
Pena que não persiste...

Sonho alto
Sem salto.

Desejo invocado
Duramente trocado.

Lágrima escorrida
Por opinião sofrida.

Frustrando,
Sofrendo,
Engolindo...
Ah, desilusão!

Mas que fecha,
Cerra a respiração.
Atirada contra a flecha,
Que acertou antiga decisão.

De mudar.
E mudar, para meu pai,
Não é bom.
Aquilo que se vai
Retirou o som
[O tom]
De, um dia, ganhar.
Superar.

E chegou frustração
A um coração.
Ele não mais bate.
Parte.
Partirá para longe.
Longe da vocação.

Tempo, por que não podes me adiantar?

15 de junho de 2012

Realidade

Se fosse para esquecer,
O grito da lembrança viria
A sutilmente se perder
Na vontade por o que queria.

Como o que se deseja:
Não existe para possessão!
Mas para outrem que almeja,
Talvez não seja mera ilusão.

Quanta realidade!
Santa em paradoxo,
Feliz por maldade.
Viver pode ser tóxico.
Perigo.

Porém, exclua circunstância
Se generalização for para ousar.
Pois na mínima instância,
Não espere que vá durar.

Realidade é tão finita
Quanto qualquer certeza
- Principalmente sobre a vida -.
Está faltando esperteza.

Para entender / Para compreender / Para merecer
O fim.

14 de junho de 2012

Desabafo

Quanto tempo passou?
Lembro-me da árvore e do banco.
Mas ela se foi
E os outros consigo levando.

Porque ela faz falta.
Eles sentem saudade.
E se eu estivesse calma,
Acreditaria na fraternidade.

Porém, sou só.
Só com outros.
Feito pó.
Pó de ouro.
(Tem seu valor, em peso).

Sabe,
Eu não sei.
Mas cabe
Compreensão.
 

29 de maio de 2012

Quando

Quando houver um "quando"
E a situação descontrolar,
Não fique a mando
De alguém popular
- Ou pouco vulgar -.

Porque não há santo
E quem erra só pode ser humano.
Mas se estão querendo ser Deus, 
Aí os problemas são seus.

Quando causarem a ruptura
De um "belo" companheirismo,
Faça logo a captura
Do iminente cinismo.

Porque ninguém é coerente
Só por ir à igreja:
Há um punhado de crente
Labuzando-se com cerveja.

Quando tudo parecer acabado,
Tenha noção do começo.
Se eu fui mastigado,
Não foi porque mereço.
Mas porque devo.

E falando pior do que malandro:
Não existe certo e errado
No meio do nosso bando.
Há o verdadeiro e caso encerrado.

Moralizei
Da mais escrachada forma que encontrei.

À Juli

Se rir com "dance"
Em um complexo gesto labial,
Pare e pense:
Sua amiga lhe dá moral.

Mas ao faltar presença
No lugar onde não suporta ausência,
Procura a saudade
Para não lhe ferir em igualdade.

Porque se cresse em outra vida,
Duvido não serem "manolas"
- Muito loucas -
Sem sonso papo de "querida". 

Que "sonsidão"! 

Aqui eu vejo o sincero,
O completo.
Aqui eu sinto amor,
Sem nenhum pudor...
De serem divertidas,
Amigas. 

Simples.

26 de maio de 2012

A fim de perdurar

Quando um vai para lá,
Em contrapartida a outrem,
É menos difícil balançar
A promessa da distância além.

Menos se enxergam,
Mais pecam.
E ficam embarreiradas,
Como se pudessem ser atropeladas...
Pelo orgulho.
Pela vergonha.
Pelo medo mútuo.

Eis que a fraternidade grita,
Esperneia por uma solução!
Não é possível uma intriga
No âmago de tão bela união.

Logo a conversa vem,
Redime-se perante a amizade,
Pois é maior o bem
Quando o perdão se faz
Tão nobre quanto a solidariedade.

Animação à vista.
Sob visão a reconquista
Do que nunca foi perdido;
Amigo é para ser infinito.
Feito vocês.
Feito elas para mim.
E a elas, eu digo "sim".