12 de dezembro de 2011

Mais uma vez, ao Boca

Sinto sua falta e não preciso que exista alguém para negar ou confirmar isso. Já não sei onde se encontram as lágrimas formadas somente para você; não contei as vezes em que elas apareceram em meu rosto enquanto eu pensava na dor que sua ausência ainda causa - se é que posso chamar essa insistência atemporal de dor. Creio, por vezes, que me acostumei a guardar as saudades comigo. Seja qual for a denominação, não tenho certeza de se quero ter a superação, uma vez que já não me faz mais mal.
Devo confessar que a percepção acerca de um futuro encontro nosso não se fez falha nos últimos anos. Pelo contrário, torna-se forte a cada vez em que recordo o pensamento. Talvez meu cérebro precise encarar a realidade de uma vez por todas, a fim de que eu enxergue que a sua viagem não é somente longa, mas eterna - sem volta. Conquanto, há a chance de que eu embarque em um transporte que me leve até você - não mais em sonhos - e eu possa rever seu sorriso (quebrado, sem dó, por um jipe).
Sim, eu sonho com sua transformação. No campo onírico, sua beleza retornou ao seu corpo e sua sanidade é intacta. Tão bom conversar com você. Tão feliz é lembrar que me chateei com sua expressão de "xi!" quando eu te contei que amava uma amiga que se desfez da reciprocidade quanto a mim. Não era passado, não era futuro; foi o presente 'vivenciado' mais real, desde que três anos e alguns dias se passaram. Mais especificamente, desde o último abraço sob a porta da sala na companhia das minhas palavras "que saudade, Boca!" e de sua resposta "hehehe, canela".
Já pedi para perder todas as minhas vitórias só para ter um dia ao seu lado. Reneguei todos os presentes que eu pudesse ganhar no dia 13 de agosto, apenas para ouvir sua voz novamente. A propósito, a associação de sua voz à sua imagem fica precária ao longo dos anos, pois você não está aqui para acostumar minhas sinapses a recordá-la [a associação voz-imagem]. Preciso, então, assistir àqueles vídeos e às homenagens feitas. Mesmo que eu tenha de pagar o preço do choro quase inconsolável por isso.
Faz uns dias que você saiu por aí e não voltou para me dar um "oi" onírico. Aparece por uns cinco minutos e me conta o que aconteceu. Ou, caso preferir, fica só calado e sorri - como você geralmente faz.

Tive oportunidade de dizer e escrever "eu te amo" em sua presença, mas há carência de minha parte em explicitá-lo mais algumas vezes. Ou, até mesmo, de expressar o quão chato, pavoroso, 'bocão', irritante, retardado e afins você é. Aquele velho tapa ou "murro" faz coçar minha mão em busca de suas costas e braços. Os hematomas em meus membros foram embora junto de seu corpo naquele caixão. Mas há espírito. Claro que há.

2 comentários:

  1. Maria, o que falar desse registro?
    Especial! isso não são palavras é uma coisa além, que não sei explicar.

    ResponderExcluir
  2. Aff assim eu choroo e muitoo...='(
    ETERNAS SAUDADES MAGA VEIA;*
    Que vazio você nos deixou. Que falta nos faz :(

    ResponderExcluir