13 de junho de 2011

Rotina das cinco às seis

O esperado chega.
Está sentado, quieto.
Mas não são conhecidas as ânsias
Que, talvez, se igualem às da paciência.

Há calma nos olhos 
Visualizadores de todo o movimento,
Incluindo o da indecisão
Pairada sobre a vontade controlada de comunicação.

A hesitação sai da sala
Com o propósito de compartilhar o ambiente,
Mas é surpreendida
Pelo perigo de brincadeiras alheias.

Por que não paras?
Falas de uma vez!
Não importa a falta de prática,
Se lhe resta bem menos de um mês.

O cuidado ronda a suposta ação,
Acompanhado do constrangimento
De não ter o conhecimento
A ser tratado na verbalização.

A vontade cresce
Conforme a frequência dos olhares.
Busca-se um traço, uma pista
A fim de capturar a coragem.

E mais um dia passa,
Abraçado à oportunidade
De descobrir o mistério
Guardado no olhar do garoto das seis.

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