1 de junho de 2011

Árduo caminho da dor

Há quem machuque. Há quem sofra. Na vida, existem dois lados da moeda da dor, mas não pense que é vantajoso um deles. "Quem apanha, nunca esquece". É mesmo? Então, conte-me como surgiu a capacidade de não recordar momentos de "espancamento" para dar espaço a outros pensamentos, mais experiências e novas lembranças? Quem garante que aquela pessoa que se valeu de sofrimento para com outro não se macula até hoje? Tudo é improvável até que se prove o contrário. A vida é improvável. Graças a Deus!
Mas a dor é amiga da humanidade. Sendo a humanidade contemporânea, então, que se vale de hipocondria para alcançar os desejos cada vez sem mais caráter... It's the best friend. Apesar disso, é necessário suportar momentos de fraqueza espiritual, fisiológica e qualquer outra adjacência que você conhecer. Como dizem os poetas e autores de livros de auto-ajuda, "é preciso seguir em frente". E para qual direção, meus senhores? Sou conhecedora da falta de localização em momentos de tristeza, podendo eu garantir que, em meio a tal circunstância, a bússola interna não funciona, e é enxergada uma passagem de aspecto completamente uniforme. Mas ande. Ande mais rápido. Corra! Não é possível que só exista você nesse mundinho. Não é mesmo possível, por isso que as pessoas, animais, objetos, palavras e, até, lembranças surgem como slides inseridos de última hora no imenso arquivo feito no PowerPoint chamado vida. Surgem lápis de cor, talvez. Ou só um lápis grafite. Não há mouse, tampouco teclado. A questão é que apenas você poderá mudar o cenário. Vamos, imagine! Sonhe! Creia! Mude. Principalmente mude, a fim de seguir a lei da vida, cuja essência tem minha fé.
Há uma dor mais cruel, na minha opinião. Definindo, é a que você causa unicamente para consigo, achando que pode afligir outrem. Essa dor eu denomino "ressentimento", e como sabiamente expressou William Shakespeare, guardar ressentimento é como tomar veneno e esperar que a outra pessoa morra. Quanto mais atroz, mais difícil de se livrar desse afogamento que rasga o peito a cada fôlego processado na tentativa de alcançar a superfície. O afogamento do próprio ego. Não conheço a complexidade que envolve o fenômeno que salva vidas da dor. Eu sei que, quanto mais você luta para se livrar dela - e vai alcançando êxito -, as razões que denegriram seu bem-estar insistem em aparecer. É a droga sadomasoquista, e você está viciado. Como é difícil resistir a suas tentações! Mas você precisa. Você é capaz de fazê-lo. Começa uma luta dentro de si. Força! Força! Força! E, caminhando sobre sua própria dor, sentindo exponencialmente o sofrimento da sua dor, você respira fundo e se concentra. Vai seguindo, até que os slides súbitos lhe salvem. Os slides são seus. Parabéns, você se salvou!

Vejo o Teu olhar me iluminar, afastando toda treva; sinto o Teu soprar me refrigerar e me dar outra vez, mais uma vez, um novo fôlego de vida. (Diante do Trono 13 - Oleiro)

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