26 de junho de 2011

Sonhando em uma estrofe

A mente-além sonha
Com o desejado acontecimento futuro,
Por ocasião de um hoje
Apaixonado pelo significado puro.

Volta, Senhor

Eu Te louvo,
Eu Te amo,
Eu Te agradeço,
Eu me jubilo em Ti.

Busco a essência de uma vida
Entorpecida em algum caminho,
Que do mesmo jeito não mais seguido
Foi por pés de fé.

Mesmo sem orações,
Eu suplico:
Senhor, cura minhas ilusões
E restitui um coração perdido.

O retorno à infância
Cativa a memória de poucas dificuldades.
Eu era tão Tua
Quanto sou para a liberdade.

Hoje eu quero novamente o aconchego
De braços celestiais,
Que me façam repousar
Nos mais calmos mananciais.

Volta, Senhor! Minha vida não faz tanto sentido, desde que confundi meus passos até Ti.

Insatisfação

Insatisfação é acordar
Sem expectativa de encontrar o novo
Blindado pelo cotidiano.
Pensando negativamente sem ordem.

As horas não caem 
No tempo da ação.
O sono arranca tempo maior que um dia
De olhos humanos sem motivação.

Dizem que é praga.
Cuidado!
O maior inimigo 
Encontra-se em seu interior.

E revolta-se com o mundo
Por não saber se mover
Sobre as pedras de barro
Não aplanadas pela força dos pés.

Estado de espírito
Que consome forças 
Por nada fazer.
Mudança sem querer.

25 de junho de 2011

Reflexão incerta

Se fosse encontrado
O fim de interesse belo,
Teria sido no olhar 
Do amado incerto?

Que valor seria o amor
Após uma descoberta
De intenso torpor
Sobre a noção alerta?
Quem não quereria
Resposta para o fim,
Cujas linguagens carregam
Um som de agudo tilintim?

E se tudo encerra
Com um infeliz final,
Trago nos últimos versos
Uma ocorrência magistral.

Eterno é o que não dura
Nos termos de cotidiano.
E, assim, não haja a cura
Do verdadeiro amor... e leviano.

E ela mirou a lua, com seus braços cruzados. Ele, que se encontrava escondido, relembrou com ela o passado. Por aquele breve momento, após um ano, foi como se estivessem juntos para o sempre deles.

21 de junho de 2011

Princípio do afastamento

Se é lei física,
Não dá para entender
A capacidade de todo ser humano
Afastar-se grosseiramente.

Grosseria não é ser bruto!
Alcançar a distância
Sem um mero azo
Rasga a estrutura de quem ama.

Vão encontrando passos
De aparente direção já selecionada.
E não corresponde aos seus!
Não podem, não devem.

Enquanto os pés trabalham,
A memória vai processando
Confusas dores para acontecimentos
Que já foram (são) felizes.

Não há culpa
Em forças que regem a tênue linha
Da vida.
Princípio inexplicável por natureza.

O afastamento não é atroz por si.
Apegar-se promove a situação contrária
A quem deseja ser livre...
Mesmo que nunca deixe de amar.

20 de junho de 2011

Escrever e não dizer

Quantas vezes é olhado
O objeto de amor?
Contadas não foram as palavras
De expressão para a beleza.

Mas foi amado.
É amado.
Será amado.
Amado: particípio tornando-se substantivo.

Ama-se pelo que é,
Para que encontre conveniência
Em todo o ocorrido...
Sem sucesso.

Explique-se, amor!
Apresente-se, beleza!
Eu exijo imperatividade
Para a necessidade de conhecimento.

Mas quem dirá
O segredo da vida?
Ama-se sem perceber
A falta de lógica para amar.

E continua.
Ama um, ama outro!
No fim, a resposta questionadora:
Como não amar o amor?

Jeito particular de amar

Veja bem, você talvez não ame alguém por ser bonito. Você cativa o amor - sob condições - por se encantar pela beleza dos trejeitos do amado. Não é beleza por beleza. É beleza por particularidade. E é coerente: se nos apaixonássemos apenas pela aparência física que inebria os olhos, logo não haveria um alicerce sustentável ao sentimento, uma vez que existirá sempre alguém mais atraente do que ele(a). O amor seria mera (efêmera) atração corporal, e a mágica inenarrável do sentir viraria futilidade. Consequência: mais confusão existencial em relacionamentos. Ou não. As pessoas parecem não querer construírem um duplo laço mais íntimo, mas serem donos da razão que congela o processamento de informações capazes de moldar conhecimentos para toda uma vida.
Eu não estou dizendo que a beleza não é fundamental. Em um encontro, é inevitável que o contato visual seja a primeira ocorrência. Contudo, não deve ser considerado a relevância para um suposto relacionamento "despreocupado". Apaixonar-se não é apenas considerar aquela pessoa a mais bela que já encontrou ou sentir vontade de beijar toda vez que a tem por perto. Há um universo que se estende incansavelmente pela infinitude de beleza não-descritível, a qual é descoberta por mente - ou coração - que já ama. Ama de verdade, ama com liberdade. 
Eu acredito que o rubor numa face, uma técnica especial de transmitir carinho ou a própria forma de olhar são mais apaixonantes do que a maquiagem ou roupas que incitam uma primeira e sedutora impressão. Na verdade, amar é conhecer e compreender. E foi fazendo-os, que eu senti que amei pela primeira vez e decifrei o enigma da beleza: ela é construída. Mas nada do que eu escrever será capaz de abranger o que cada um sente. Eu só peço que seja veementemente valorizado o jeito particular de amar.

18 de junho de 2011

Acabando

A sorte está contra
O pessimista entregue
À derrota de não perceber
Que tudo alcança o término.

Não é sorte, nem azar
A realidade de quem pensa
Sob condições de eternidade.
É próprio do erro universal!

Corajoso é o homem
Unido a qualquer mulher
Seguindo um caminho desconhecido
De novas possibilidades e encontros.

Quem se despede da dor?
Encontre a risada naquela árvore escondida!
Quem espontaneamente larga um grande amor?
Há muitas almas apaixonantes na vida...

E o tempo talvez não dure
Para vivenciar o trágico fim
De tudo que já foi construído,
Acabado e guardado em mim.

17 de junho de 2011

Pessoas da vida

Ah, as pessoas da vida!
Se eu pudesse torná-las
Mais demoradas...
Conversaria suas pessoas!

São encontradas ao lado,
Ao mesmo passo.
Realiza o inimaginável
De obter surpresos sorrisos.

Eu deveria descobrir os nomes!
Quem não dirá os endereços?
Faz-se uma necessidade intrigante
De sondar o brilho de novos olhos.

Circunstâncias divertidas surgem,
Desaparecem por não serem eternas.
Ó, para a memória, sim!
Esta guarda o desejo de reviver.

Até que é dado um adeus.
Não, não é querido!
Mas as pessoas caminham
E se conserva a vontade de conhecê-las.

15 de junho de 2011

Alívio sublime

Quando estive doente, ela me deu doses elevadas de seu remédio mais poderoso: o amor. Quando chorei, ela se preocupou e procurou - desesperada - por a solução mais rápida. Quando pedi desculpas, ela me abraçou. Quando vi Deus derramar bençãos sobre mim, ela comemorou comigo. Não importa o momento ou situação, a melhor conversa, os sorrisos mais espontâneos serão com a jóia mais rara do seu mundo: a mãe. No meu mundo, ela reluz todos os dias com suas palavras de carinho, preocupações, conselhos e, até, reclamações. Minha mãe está ao meu lado, logo sou feliz. Obrigada por tamanha riqueza, meu Deus.
(22 de abril de 2010)

Aprendizado

Inocência:
Condição para o erro;
Antecipação à maturidade;
Desconhecimento.

Se existe uma índole humana,
Por que não permitir o erro?
Há uma disponibilidade de acertos franca,
Mas jamais aberta ao medo.

O inocente se aventura,
Busca o crescimento natural,
E ninguém consente que é segura
A estrada indutora ao triunfal.

Por fim, por novo início, o aprendizado:
Surge com a compreensão do conhecimento,
Adquire significado.
Inteligência é a força do pensamento.

- Eis um pequeno fato -
Como me intriga a palavra: polissêmica por gramática,
insuficiente para o que está além da definição.
 
(12 de novembro de 2010)

Necessário ao meu olhar

Por um caminho rápido e aparentemente comum, comecei a observar minuciosamente o que se passava pela janela do carro e a não esquecer de, sequer, um detalhe. Próximo ao fim do quarteirão em que o CEFET-RN se situa, passava apressada uma velhinha que me chamou atenção. Em seus pequenos passos rápidos e cuidadosos era tangível com qual força agarrava sua simples bolsa vermelha. E, então, eu me questionei sobre o que é necessário para se viver. Com o seu pouco e com o meu pouco ainda podemos oferecer ao próximo, pois foi assim que aprendi. Meus pensamentos ficaram ocos, pois apenas a imagem daquela senhora morena passava por repetidas vezes em minha cabeça.
Hesitando ao passar pelas imagens de anjos, dividindo as duas pistas, o meu olhar não compreendia como havia mágica sem público. As pessoas passavam como se não existisse nada à sua frente, vaidosas com seu próprio nariz. E o espírito do Natal? Onde foi parar o fascínio por todas as belezas que presenciamos em um breve mês? E a necessidade de aproveitar as felicidades propiciadas pelos pequenos momentos? Tantas perguntas em menos de 30 minutos retiraram o sossego, o qual a minha música preferida - "só pro meu prazer", de Leoni - havia depositado sobre mim.
Ao ver o meu pai dirigindo, percebi que ele era quem mais precisava de algo naquele momento em que fui egoísta ao que o mundo me mostrava, por meio da capital do meu estado. Suas mágoas, suas frustrações e sua raiva pelo que acontecia em sua vida foram cedendo após uma única frase minha: "eu confio em você".
É, às vezes, achando que não há o que fazer e insatisfeitos com o planeta, não temos olhos nus sobre as pessoas de verdadeira relevância em nossas vidas que, porventura, estão precisando que estejamos felizes para com eles. E para meu pai, tão honesto com suas verdades e sentimentos, é muito pouco apenas amá-lo.
(o1 de dezembro de 2009)

Ao amado

Mas as coisas findas,
Muito mais que lindas,
Essas ficarão.
(Carlos Drummond de Andrade)
 
Tornara-se infinita
Após a descoberta do diamante
Com beleza nunca sentida
Por uma flor amante.

Caminhos paralelos
Cruzados por um momento.
E a lua sorrindo o amarelo
Uniu olhares ao mesmo tempo.

Khef e ka, grandes significados
Permeiam mentes intransponíveis,
Encadeiam corações afastados;
Revelação de palavras indizíveis.

O Amor construiu o desejo
De um abraço contornado por felicidade,
Em que mãos esvaem o medo
Para desimpedir a entrega a dois de verdade.
 (15 de novembro de 2010)
Marcante, infinito. Um amor guardado na memória de quem agradece por cada aprendizado.

Poesia romântica

Uso poesia para falar do Amor,
Aquele que, quiçá, me habita com veemência.
Uso a poesia para suprir minha dor,
Sensação que machuca a essência.

Sentimentos, sensações,
Até quando irão me dominar?
Sonho com dois corações,
Voando na telepatia de se encontrar.

Onde estás, Amor?
Venhas - sábio - como um Anjo.
Quando o sol se pôr,
Repousas sobre eu e ele, manso.

(26 de junho de 2010)

À espera do ciclo

Ergue-se um muro
Sobre a estrada distante,
Cegando a mais simples noção de futuro
E tornando uma súplica gritante:

Ame-me na essência amiga,
Encontre minha face em sonho,
Não esqueça que é amor de uma vida
A história guardada que lhe proponho.

Caminhos a trilhar
Seguem cursos desconhecidos,
Enquanto é aguardado o abraço a partilhar
Entre dois corações infinitos.

(27 de fevereiro de 2011)

Irmãos

Quando você nasce, "espera" ter uma companhia mais cúmplice e bem menos séria do que a dos pais. A quem pertence essas características? Nem vou responder, uma vez que o título dessa postagem é demasiado sugestivo. Eu tenho dois irmãos por parte de mamis: Anny Caroline e Weslley Andrews, prazer. Por parte paterna - ao que me consta -, sou filha única, sobrinha única, neta única... Admito que tenho metade da vida bem egoísta. Ah, devo também registrar aqui que sou a caçula, a que menos apanhou, mais estudou, menos trabalhou, mais sofreu com o poder dos mais velhos e mais brigou - ou não. Se fosse a Polyana aqui, o verbo seria 'arengar'.
Minha irmã SEMPRE foi responsável, a "mãezona" da casa, pois é 10 anos mais velha, o que me obrigava a pouco lhe tirar a paciência. Quase uma monotonia entre nós:

- Quéroz, você vai aonde?
- A nenhum lugar.
- E por que você tomou banho?
- Não sou suja como você.

Eu não era suja, vale salientar; só não tomava 12 banhos por dia. Desde pequena, era muito consciente quanto à preservação da água. Salvem o planeta! A água inodora, insípida e incolor vai acabar, se não fecharmos as torneiras ao escovar os dentes e passar detergente na louça, nem os chuveiros ao ensaboar-se! Precisamos tomar menos banhos, mainha! Não lembro, sinceramente, se já fiz greve de banho, mas do jeito que sou... duvido muito (minha mãe teria me enfiado no box do banheiro e me esfregado com uma escova gigante que sempre existiu dentro dele).
Em contrapartida, havia o meu irmão. Costumávamos chamá-lo de Preto, apelido posto pelo pai dele - minha mãe já foi viúva (por 'looongos' cinco meses), só para deixar claro -, apesar de eu ser mais escura do que ele. Escura de melanina, não de sujeira! Lembro que brigávamos por tudo, ATÉ por um pisão proposital no pé do outro. Daí iniciavam as carícias: a correria de praxe, os puxões de cabelo, os tapas nas costas, as rasteiras de capoeira, as viradas de cabeça para baixo - ninguém tem noção de como eu adorava! - e os lindos xingamentos. Cada um tinha o seu apelido conforme um evidente defeito físico ou por uma idiotice que já tivesse feito. Era inevitável vê-lo chegar tarde em casa e gritar "XXXX-XX-XXXXX, vai apanhar!", mas quem apanhava era eu, acusada de iniciar uma briga. Enfim, minha infância foi muito divertida, e não há uma palavra escrita aqui que não tenha me induzido ao riso.
- Oi, tudo bem, Preto?
- O que você quer, lerda?
- Estou sendo EDUCADA, seu abestalhado.
- Problema seu.
PÁF!
- AAAAAAAAAAAAH, MAINHA, SOCORRO!
- Venha cá, XXXXXX-XX-XXXXXXX! Você me paga.

E era assim todos os dias. Mas crescemos: minha irmã se casou e tornou-se um amor maior. Eu sempre fui mais emotiva para com ela, pois recebi conselhos, carões e uns tapas vez por outra, o que me ensinou a ser melosa para com sua pessoa. O meu irmão... deixou de estudar na primeira oportunidade que teve. O cara era mucho loco e eu o admirava por viver tão intensamente: terminou o Ensino Médio, alistou-se na Aeronáutica e divertiu-se a todo momento. Nunca tinha tempo ruim para ele, nem mesmo quando brigava com a namorada, com algum amigo ou não restava o dinheiro certo para suas farras. Certo tempo depois, casou-se também.
Eu passei a ver os meus irmãos com menos frequência, ainda que morássemos relativamente perto. A "distância" me tornou excessivamente carinhosa com os dois. Conquanto, um dia ocorreu o inesperado e meu irmão faleceu. Foram meses de dor imensurável, e não hesito ao dizer que a falta provocada por o seu jeito de ser contagiante, extrovertido e hilário causou uma ferida nos corações de quem o amou. O tempo, por fim, agiu, desvencilhando de foco as saudades dele que persistem.
Hoje, eu continuo a ter dois irmãos. A minha irmã me visita mais diariamente, demonstra mais o seu amor - exceto quando a irrito - e me ajuda a cuidar da nossa mãe. O meu irmão já não tem vindo me ver muito: às vezes, ele aparece nos meus sonhos para dizer que está tudo bem. A única diferença nesta circunstância é que a casa ficou mais vazia, menos barulhenta e não têm os felizes hematomas de outrora. Mesmo assim, ainda é mágico ter irmãos.
(08 de julho de 2010)

Sensações inevitáveis

Parecia muito simples continuar olhando aquela cena e ser indiferente. Realmente parecia para o meu cérebro, mas naquele momento consumavam-se os sentimentos em mim. Estes me percorriam com uma veemência até então desconhecida aos meus sentidos, fazendo-me frágil. Eu sempre detestei me sentir frágil, dependente. Para que eu dependeria de alguém a não ser Deus? Apenas a fim de "permitir possibilidades de sofrer com os erros ou ausência deste". Nunca importara as incontáveis leituras dessa frase, pois eu sabia que era constituída por um coração que recusa qualquer espécie de vitória da razão. No entanto, a alma é equilíbrio.
Retirei-me discretamente dali, isolei-me do restante da sala, escondi a cabeça com as mãos e chorei. Deixei o abraço do casal amante passar por minha mente, como slides repetidos, musicado por "pra você guardei o amor", de Nando Reis. Tudo estava estranhamente tangível. Por quê? Não sei. Então, abri a minha agenda na página concernente aos dias 20/21 de Março, li as encantadoras frases direcionadas a mim por o Anjo, e as lágrimas caíram inevitáveis à circunstância. Desconhecia a intensidade com que a paixão vinha sendo nutrida em minhas veias, em meu coração. Fechei a agenda e deixei que meus pensamentos flutuassem, mostrando o quão eu estava envolvida.
Por amar meus amigos, fui suscetível à demonstração concreta de que eles não podiam se separar; o amor era forte. Mas não descobri o motivo de me ver em um abraço semelhante com ele, o Anjo de lindos olhos verdes. Foi a primeira vez que necessitei senti-lo, aflorar o tato, audição, visão e olfato a partir do que viesse dele. A timidez havia sido inibida por o sonho, pela paixão. Imaginei-o com naturalidade e sorri, concluindo que deveras gostava dele. Para alguns, isso seria idiotice; contudo, foi o alívio de mim mesma. A distância era concomitante à presença de meu corpo naquele ambiente: minha mente viajava ao encontro de teu sorriso, de teus olhos, de ti, Anjo apaixonante.
Não sei mais por quais dimensões voa esse Anjo. O tempo mudou, mais uma vez, meus sentimentos. Sou grata pelas mudanças. Sou grata, mais ainda, pelo orgulho que sinto de minhas lembranças.

Sentido de mulher

Envolvida em os braços daquele amigo,
A mulher sentiu o primeiro beijo.
Juntos num segundo desconhecido
Em que ele nunca tivera sido tão meigo. 

Qual entendimento para tal emoção?
Solte-a, enigmático enamorado!
Não edifique mais uma ilusão
Neste eterno e ardente coração apaixonado. 

Mas que seja Amor ao nascer,
Eterno enquanto ela morrer.
Mulher, não corra contra o tempo
Que te mostrará o verdadeiro sentimento. 
 (11 de maio de 2010)

Ensinamento ancião

Perdoe-me, dona Marina, se nada a mais posso fazer.

Há certos momentos na vida em que você deseja ser útil, mas a situação se faz tão complicada que sua incapacidade logo alerta. É o alerta mais frustrante que há. Você analisa a situação, procura seus conhecimentos, sugestiona soluções, conquanto nada parece resolver.
Almejo a Geriatria desde que aprendi a cuidar do meu avô materno, uma vez que ele tivera de amputar uma perna. A Medicina exalava sua essência nas brincadeiras de criança e foi se tornando séria à medida que a criança que fui um dia ia expandindo sua mente. A brincadeira tornou-se sonho no primeiro vestibular. Não, não é isso que quero explanar.
Tenho uma vizinha idosa impossibilitada de andar devido a uma queda sofrida no banheiro de sua casa. Por diversas vezes que passo em frente à sua casa, vejo-a sentada, desconcertada, na sua grande cadeira confortável. Meu coração grita "fica só uns minutinhos com ela"; então, peço para entrar, dou um beijo em sua cabeça, sento no chão, seguro em sua mão e fico a conversar assuntos que, geralmente, não seriam do meu interesse. E, acredite, a conversa tem seus picos (e constância) de diversão. Estar ali com ela, na verdade, é a receita satisfeita para construir um momento eterno. Contudo, ouço as mesmas reclamações quaisquer vezes que eu entre em sua casa: "estou bem não, minha filha", "não posso andar", "preciso de todos para mover qualquer parte do meu corpo", "passo o dia aqui".
Enxergo em seus olhos a dor de não suportar mais a vida, a súplica a Deus por descanso e, concomitantemente, sede de juventude para aproveitar, ao menos, a rua que ela não mais vislumbra como antes. E, como de praxe, explicito a frase "vamos agradecer por sua consciência, pois é bem pior quem está em coma e não pode, sequer, aproveitar o sol". Ela consente, mas a indignação em seus olhos dependentes e infantis é revelada quando vira sua cabeça. Digo "eu entendo o quanto a senhora sofre, dona Marina, mas só peço que tenha força e confie no conforto que Deus dará", mas sei que pouco resolve.
A Medicina, com todos os seus avanços, não é capaz de desvendar o mistério da vida e proporcionar alívio a pessoas que não suportam mais o peso de seu próprio corpo. Não há remédio contra o envelhecimento, contra o desgaste e morte das células. Tão inevitável quanto a vida é a morte, como disse sabiamente Charles Chaplin. E é nesse ponto que me acomete uma frustração.
Como é fácil fazer a dona Marina rir. É o único método de alívio que posso oferecê-la. O único. Minha mente trabalha rapidamente em assuntos que a faria rir, e obtenho êxito. Graças! Ver os lábios enrugados se abrirem numa movimentação fantástica de, aproximadamente, 73 músculos compensa qualquer decepção que surja por eu nada a mais poder fazer. Esta é a maior lição que carrego comigo: se a Ciência não resolve, o amor - o filantrópico - desvenda enigmas maiores sem precisar de entendimento. Afinal de contas, o que faz alguém rir quando sente dor? É a íntima vontade de viver bem. E dona Marina, aos quase 100 anos, ensina-me sobre o universo que vivo quando se faz recíproca com a intenção de minhas palavras. Tudo, na verdade, se completa de algum jeito.
23 de dezembro de 2010 

Dona Marina deu seu último adeus no dia 20 de fevereiro de 2011, enquanto estava, mais uma vez, hospitalizada. Hoje, meses após a sua morte, insisto em refazer tal homenagem a uma senhora linda, amável e meiga, a qual me proporcionou a felicidade de sentir um pouco da minha avó materna - falecida há 12 anos - em minha adolescência, justamente por tanto se parecerem.

13 de junho de 2011

Rotina das cinco às seis

O esperado chega.
Está sentado, quieto.
Mas não são conhecidas as ânsias
Que, talvez, se igualem às da paciência.

Há calma nos olhos 
Visualizadores de todo o movimento,
Incluindo o da indecisão
Pairada sobre a vontade controlada de comunicação.

A hesitação sai da sala
Com o propósito de compartilhar o ambiente,
Mas é surpreendida
Pelo perigo de brincadeiras alheias.

Por que não paras?
Falas de uma vez!
Não importa a falta de prática,
Se lhe resta bem menos de um mês.

O cuidado ronda a suposta ação,
Acompanhado do constrangimento
De não ter o conhecimento
A ser tratado na verbalização.

A vontade cresce
Conforme a frequência dos olhares.
Busca-se um traço, uma pista
A fim de capturar a coragem.

E mais um dia passa,
Abraçado à oportunidade
De descobrir o mistério
Guardado no olhar do garoto das seis.

12 de junho de 2011

Estrofes namoradeiras

Às vezes, quer-se encontrar
Um alguém para denegrir
A imagem da solidão,
Que corrói a ideia de bem-estar.

É impossível ser feliz sozinho.
É possível ser feliz sozinho.
É impossível amar sozinho.
É possível amar a si primeiro.

Mas do que adianta buscar
Especialidade que completa,
Se a loucura de um mero dia 12
Confunde as mentes de quem espera?

Meu amorzinho
Comprou-me um presente!
Vamos ficar juntinhos
Para comemorar nossa data.

E amanhã, como será?
Um dia 13 normal,
Em que foram mudados pensamentos
Para seguir algo muito padronizado?

Todos os dias para namorar,
Alguma(s) de 24 horas para explicitar
A mais conhecida frase,
Porém jamais substituída.

Mas o amor está clichê.
Digo, o amor dito a todos os lugares:
Eu te amo!
Viverei contigo para sempre!
Quero enxergar alguém que se cale
Na dificuldade de expor o sentimento que guarda.

Namorar é só fase.
Casar, por incerteza, é outra.
Sem definições para relacionamentos,
Por dispensar o descritível.

Sabe-se que não é sabido
O amor.
Pois algo tão encantador
Só poderia guardar sua essência no sentir.

Um dúzia a menos ou a mais
Não muda a verdade entre um casal,
Que talvez não se declare por palavras
Para encontrar um modo melhor de fazê-lo.

Beijo,
Abraço,
Falo e escrevo!
Só não admito a frequência para ações em um período determinado.

Feliz dia dos namorados (aos próprios)!

11 de junho de 2011

Pequeno de amor

Pequeno de tamanho,
Mas incomensurável por natureza!
Como não expressar com intensidade
A formação de um ser humano?

Há laços sanguíneos concebendo
Afeto pela surpresa da vida.
E mesmo o pouco parentesco
Torna amável aquela criaturinha.

Células haploides 
Num somatório fantástico
Para dar origem
A um ser transformador.

Quão bela uma barriga a crescer!
O meio que permite os primeiros contatos 
De pessoas já vividas
Com quem só conhece o calor de um envoltório materno.

Desenvolve-se por nove meses,
Até que uma bolsa rompida
Anuncia o ansioso momento
De ele vir e ver o novo mundo.

Um mundo com indivíduos
Para amá-lo,
Ensiná-lo a ter caráter,
Protegê-lo de todo o mal.

Mas olhe só:
É um neném.
Guarda consigo a essência 
Do inenarrável sentimental.

Como não amar o Phillip?
Filho, sobrinho, neto tão esperado...
Glorioso milagre de Deus!
Expectativa sincera de um amor conjugal!

E que traga luz
Um príncipe de pequenas proporções,
Cujo coração bombeia
O sangue real e emocional.

7 de junho de 2011

Sentindo saudades

Em anos, passam meses. Em meses, passam semanas. Em semanas, passam dias. Em dias, passam horas. Em horas, passam minutos. Em minutos, aqui estou eu sentindo saudades do meu irmão. Ainda assim, nenhum sentimento de falta pode ser porta para voltar à depressão dos primeiros tempos com a ausência dele. Mas é meu irmão, sangue circulado no mesmo útero, brincadeiras e brigas ocasionadas comumente. Ah! Como preenche o peito as lembranças de ter um irmão e saber que em todos os dias de desentendimento, havia reconciliação natural. Discrepância intensa para o ocorrido entre casais e, até, entre amigos. Talvez fosse preciso, vez por outra, chegar envergonhada até ele e pedir desculpas, abraçá-lo e receber o gesto de fraternidade meio encabulado, também. Mas brigávamos. Mas nos detestávamos com todo o amor. Eu o amava e amo; não é à toa que um pequeno bilhete com uma frase que carrega essa mensagem ainda é colado na parte interna de seu guarda-roupa.
Ele se foi sem nunca me desejar parabéns. Ele se foi sem dar adeus, como talvez quisesse no momento do impacto que o lançou em frente ao muro que hoje traz uma cruz acompanhada de uma mensagem pintada com seu nome. Azar ou sorte do destino, eu não creio nisso. A vida é instável e reserva surpresas. A minha surpresa foi me enxergar num local repentinamente escuro e sem a aparência de um chão ao ouvir minha avó anunciar "Maria, não vamos viajar, porque Preto morreu". Ela só podia estar de brincadeira. Preto? Ele já havia sofrido os mais diversos acidentes naquela moto e sorria depois por se livrar com tamanha esperteza. Preto, que manjava todos os mecanismos de velocidade com auto-segurança? Não podia ser possível, e eu não iria chorar. Mas ligar para meu pai, perceber os gritos em casa e ouvir "seu irmão, minha filha, Deus levou" só me induziu ao desespero de jogar o telefone contra a parede e desejar ter ido no lugar dele. Recordei o fato de, se eu não tivesse amigos para brincar, eu tinha um irmão para encher o saco e ser enchida. Nunca foi justa a sua partida... Até que surge a conformação e é esperado que ele não tenha sofrido tanto. Conquanto, a sua imagem no caixão era de braços, pernas, dentes, pescoço quebrados. Aquele sorriso incrivelmente bonito e explícito estava frio sob uma boca - "boca de jumento" - que não mais se movia. Seu rosto trazia cortes. Seu rosto carregava o fim da vida. Chega de dor.
Eu sei que todos dizem que aquela pessoa morta era magnífica, única. Todo morto vira santo. O meu irmão não. Viveu errando, morreu errando. E é justamente o fato de ele ter sido apenas humano que o torna diferente, pois conseguia se destacar entre pessoas que se conformavam com dias comuns. Meu irmão estudou e detestava a vida de estudante, ensinou-me a andar de bicicleta e ria a cada vez que eu caía, quebrou minhas bicicletas, reformou as dele, desistiu dos estudos e foi sincero com minha mãe, trabalhou em alguns lugares, foi um vagabundo por anos, foi assaltado e reencontrou o celular após mobilizar todos os moradores da rua, alistou-se e serviu à Aeronáutica, comprou uma moto, comprou um carro e logo o vendeu, foi a todos os lugares que queria, fez trilhas, descobriu maravilhas da natureza escondidas no Rio Grande do Norte, traiu minha cunhada, amou minha cunhada, xingou quando sentiu vontade, esbanjou felicidade a cada entrada e saída de casa, comprou uma casa e, poucos dias depois, tudo ficou para trás, uma vez que ele não pôde dar continuidade.
Minha vida nunca mais foi a mesma depois de sua ida sem volta. Eu queria - e quero - ouvir seus gritos de chegada, o barulho irritante de sua moto, mas meus ouvidos só captavam o silêncio dos meus desejos. Eu queria poder dar uns tapas em suas costas, puxar seus cabelos, inventar músicas com seus apelidos, abraçá-lo só mais uma vez. Eu queria, ainda, ter o direito de encontrar fisicamente meu irmão, como tantas outras pessoas têm. Se as coisas durassem para sempre, você saberia o valor que elas têm? E, hoje, ele poderia estar esperando, como eu, a chegada de nosso sobrinho. Nunca fui muito normal para com crianças - creio que é por isso que elas devem gostar de minha companhia - e ele só me ajudaria a tornar os dias do Phillip mais divertidos. Em pouco tempo, teríamos um novo Pretinho na família. Mas ele não está aqui, e é por isso que nosso sobrinho terá seu segundo nome. Andrews. Eu espero que, onde quer que ele esteja - ou não esteja -, possa haver olhos que o façam enxergar todas as mudanças em nossa família e compartilhar, de alguma forma que desconheço, a nossa felicidade, pois, corra o tempo, mudem os espaços, Weslley Andrews há de ser o irmão encrequeiro que faz falta a mim e à minha irmã, o filho desobediente a uma mãe que lhe ajudava no que fosse (im)possível, o órfão que encontrou sossego no coração com o meu pai, o primo e sobrinho extremamente contente e que adorava um fim de semana alcoólico, o quase-marido de uma mulher que nunca soube dar adeus e amigos de inúmeras pessoas que, até hoje, não entendem o motivo de sua morte. Mais que todas as características citadas, ele é o Preto. E só por esse apelido dado, ao nascer, por seu pai biológico, as pessoas que o conheciam já sabem a quem me refiro. 
Que saudade, "Boca".

4 de junho de 2011

Compartilhamento

Ouvi, certas vezes, que a felicidade só é real quando compartilhada. Não precisa ser com o mundo inteiro, mas com quem lhe convém. Um amigo? Pode ser. Familiares? Claro. Leitores do seu blog? Minha escolha.
Creio que descrevi uma bagagem de palavras despejadas em organização - ou não - aqui sobre a paixão. Como é irresistivelmente picante o toque da paixão, espalhando-se por todo o seu corpo até atingir a mente e, lá, causar uma revolução! A paixão comumente gera, além do apego, ilusões. Mas não a culpe, pois o único propósito é colorir um livro que precisa de tons iluminados, como os encontrados nas cercanias da linha do Equador. Cores que inspiram o voo, a fim de que pessoas se amem longe da realidade contida em cada grão de areia pisado pelos pés daqueles que já sofreram a queda brusca ao fim de uma excitante aventura apaixonante. O sentimento passional busca um bem, porém, os propósitos são atropelados e pesos (peço licença poética à Física) são colocados sobre sua cabeça. Como quem faz uso de drogas: entra num mundo de perfeição, mas por estar cego de efeitos colaterais, pisa no precipício - achando que há um arco-íris resistente à frente - e cai. A paixão é uma droga e, de tão viciante, provoca suas dependências (corrosivas, quando são ameaçadas) sentimentais e psicológicas.
Mas que admirável é a ação do tempo sobre um paciente internado em sua clínica de pensamentos! Como gratificante é a cura daquele que alcança o desprendimento da presença constante do alucinógeno apaixonante em sua vida! Quão árdua é a caminhada até o êxito! Rasga o peito de quem se cansa da rejeição, pois é forçado por sua voz interior a desistir de buscar o vendedor daquela droga, o qual já havia se negado a fornecê-la novamente. Você fica doente, louco e fica com raiva do traficante que lhe deu esse vício, mas agora se recusa a lhe dar. "Filho da mãe, ele dava aquilo de graça". No próximo estágio, você está magro, tremendo por aí, vendendo a alma só para provar daquilo mais uma vez. Agora, o objeto de adoração é evitado por você. Ele olha para você como se não o conhecesse. A ironia é que você não pode culpá-lo. Olhe para você mesmo. Está um caco. Nem você se reconhece. Agora chegou ao destino final da paixão tola: a completa desvalorização de si mesmo.* Minutos, horas, dias, meses passam. Anos, se forem necessários, uma vez que o tempo é uma face diferente para cada um. Você pensa a respeito de sua vida, entende esse fenômeno. Não é culpa de ninguém o que está acontecendo, por mais que doa. A compreensão facilita o perdão para os erros e errantes, pois ela permite conhecer o motivo das rodas da vida girarem. O traficante é inocentado por você - é o que basta para ambos -, e a próxima paixão será mais saudável, caso tenha aprendido a essência. Em soma de graça, quão digno é o livre-arbítrio: você pode mudar muito do que acontece consigo e, melhor, é apto a escolher o que quer. Contudo, há uma linha tênue - eu a chamo de Deus, e demasiado milagrosa é Sua ação em mim. Denomine-a como quiser, ou não o faça - que rege tudo. Todos seguem-na, ainda que revele feridas. O importante é que há motivos para os caminhos. Indago, pois: por que aceitar a depressão facilmente, se um complexo entendimento pode habitar e pacificar sua mente conturbada? O ser humano é bem mais inteligente do que imagina; só não se esforça. Há tanta suavidade em perceber que a vida muda por auto-necessidade e que é tão melhor assim, em favor de a felicidade ser mais diversificada ao ser encontrada.
A compreensão liberta e encaminha à verdade de que a vida nunca foi um conto de fadas. É isso que ela grita em desespero de calmaria todos os dias, quando ocorrem situações boas e más no cotidiano. Ou só más, para que em breve sejam compensadas. Então por que não se adaptar ao final infeliz, mas que traz aprendizados de júbilo fincados com raízes na memória de uma história proveitosa? Por favor, aprenda! Por favor, repasse esse conhecimento! Quando amar novamente, reconheça as falhas daquela pessoa, pratique o desapego e não se preocupe com o futuro, que não passa de uma incógnita. E converse com seu amante. Não há solução que melhor tranquilize noites e dias de um relacionamento alicerçado em sentimentos do que a capacidade de duas pessoas expressarem a sinceridade por meio de uma técnica milenar: a linguagem. 
Não exerço a função de um livro de auto-ajuda. Eu apenas compartilho a felicidade de, mesmo com pouca experiência, conhecer um universo tão infinito por sua verdade libertadora. Um universo construído com um gentil e memorável amigo nunca abraçado - por ora.

É sabido que as cores são mais vívidas, intensas em lugares localizados próximos à linha do Equador, uma vez que os raios solares incidem (quase) perpendicularmente sobre esta porção da Terra.   

*Trecho do livro/filme "Comer rezar amar".  

Que eu cative a aptidão de aprender cada vez mais! Que eu volte meus olhos - e compreenda - para a porta estreita da verdade e alcance muitos mundos além deste! Que eu ame na mesma intensidade todos os dias o simples fato de permitir o amor existir em mim!

    3 de junho de 2011

    Tentar, mas não apenas

    O cansaço de tentativas
    Jogadas no vão da vida
    Incomoda uma mente
    Que se programa para o êxito.

    Despertar matinal,
    Aprendizados ao longo do dia,
    Solidão da prática...
    Mas nada é alcançado.

    Exijo que a mente domine a matéria!
    Larguem-me as dores,
    Encontre-me, determinação!
    Há tanto tempo busco-te...

    E todos os dias 
    Nascem à beira do término (às 14h)
    Simplesmente por 
    Um nova tentativa.

    Mas cansa.
    Rotina cansa.
    Quero mais.
    Quero orgulho de mim.

    Tente, então.
    Não há de transmitir
    A explicação
    Para o sucesso.

    Cada um descobre
    O seu motivo.
    Tentando, sim!
    Mas é preciso alcançar o plano da ação. 

    Vestibular, preciso me arriscar na tua busca.

    2 de junho de 2011

    Alguém para mudar

    Escorre uma lágrima,
    E já se foram duas.
    Precisa-se de um socorro!
    Calma, cérebro.

    Dona tristeza, por que não vais?
    Podes me mostrar a felicidade.
    Mas sou negada.
    Estou triste.

    Ajuda-me!
    E um nome surge tão suave,
    Com pigmentos de luzes
    Prontos para refletir sobre os olhos.

    Talita, ouve-me!
    Ela o faz.
    Utiliza palavras simples
    Transformadas na autêntica empatia.

    Somos amantes!
    Somos errantes!
    E do que adianta insistir na lamentação
    Se o coração pede sorrisos?

    Basta.
    Vamos rir!
    Rimos, gargalhamos, choramos.
    Que crianças despreocupadas!

    O nome que soou tão bem 
    Confunde-se com apelidos
    Que expressam a alegria
    De duas amigas indefiníveis.

    E o que fazer em tua companhia
    Além de permitir bons momentos
    Fluírem na lembrança da vida?
    Amar-te, cachorra.

    Brincar de gay

    O gay brinca
    De ser homem
    Com um carinha
    Fingindo ter casinha.

    Mas veja bem:
    O gay não é gay.
    Ele tem uma namorada
    Apesar de traí-la com o amigo.

    "Sentido, soldado!"
    É ouvida a voz do futuro juiz.
    São amantes,
    Explícitos por transparência.

    Mas por que brincar de ser gay,
    Se não há verdade?
    É que o homem sente
    Que precisa saber sê-lo.

    Yuri, sua linda!

    Liberdade para amar

    Então, é isto mesmo? É preciso observar bem todas as prazerosas surpresas de uma pessoa, pois há o risco de você estar sendo enganado ou usado como motivo de perdão para ações, outrora, praticadas fora dos padrões adquiridos pela mesma pessoa como certos. Como lidar, pois? Será mesmo necessário se submeter à aprendizagem de uma análise mais específica das reações quase impercebíveis no rosto de uma pessoa com qual se comunica? Movimentos das sobrancelhas, disfarçados sorrisos no canto da boca, elevação e rebaixamento da cabeça, frequência com que os olhos piscam deveriam ser visualizadas para técnicas usadas apenas na identificação de um crime. Você não pode estar diante de um crime, afinal, a mentira é normal, não é? Infelizmente é problemática.
    O que mais me intriga é a quantidade de pessoas que existem por aí, alegando "dê-me a verdade, pois odeio mentiras" e, ao terem o que pediram, sentem-se magoadas, detestam o provedor da verdade, não encontram mais forças para viver. A verdade dói, mas a verdade liberta. E tão apegados são os seres humanos, que não encaram com bons olhos a realidade maravilhosa de poder buscar o novo e conhecer mais lados construtivos e destrutivos inerentes de qualquer um. Buscamos experiências para crescermos! É muito necessário ter em mente que as pessoas são falhas, para, assim, alcançar uma zona com espaço de liberdade para ir e vir, quando houver momentos que solicitem-no. Só que - utilizando os personagens da teoria do Maniqueísmo - o mal não é de todo ruim, assim como o bem não é de todo saudável. Veja bem o amor: é a palavra que melhor significa o que há de mais divino em nós, e o sentimento é deturpado por intermédio do apego. O apego é o que utilizamos para preencher a zona livre de qual falei, gerando a consequência de estarmos presos a quem amamos. Como se movimentar? Não dá. Mas agradeçam! O apego é dissolvido e dissipado com o tempo. Ou seja: espera indeterminada para abandonar o que você não teria, caso soubesse que não deveria idealizar um ser por estar apaixonado. E, por mais que aquela pessoa realmente fosse cheia de virtudes, a consciência não deveria corromper a majestosa verdade de que o mundo é gigante, abrigando em seu interior pessoas com diversas magnitudes de admiração. Conforme disse a psicóloga do colégio em que estudei o Ensino Médio, o mundo contém pessoas apaixonantes; quando você escolhe alguém, está apenas evitando uma inconstância sentimental. É uma decisão que você espera perdurar. Creio eu, há essa expectativa para quaisquer escolhas que façamos. Mas não perdure pelo sempre, uma vez que não tenho tanto tempo de vida.
    O mesmo ocorre com os pais, principalmente se eles inspiram o mais devoto exemplo de nossas vidas. São falhos também, ainda que tenham os melhores conselhos - e sejam veementemente coerentes com as soluções -; ultrapassem, com os rostos erguidos, obstáculos para darem aos seus filhos os prêmios que conseguiram; amem e perdoem seres desobedientes, incompreensíveis, amargos em algumas atitudes. O fato de serem tão exímios em suas funções provoca dificuldade para acreditar que eles cometem "delitos". O "delito" da mentira, por exemplo. Mais complicado crer, quando eles se valem do amor que cativam - e recebem em quantidade não-declarável - para camuflar a verdade diante dos olhos dos filhos... com coisas supérfluas! Todos sabem que o supérfluo obtém desprezo generalizado da humanidade, mas consegue reuni-la em lugares comuns sem perceberem o significado do que fazem, pois é divertido estar ali. Agradabilíssimo. O supérfluo provoca deleites. Mas abra os olhos! Por favor, seja são do que está recebendo e o que fará com seu presente. Esforce-se, mesmo que pouco, para avaliar o mundo com maior liberdade de pensamento, de opinião. Contudo, eu rogo, não se considere o dono da verdade, pois ela não é possuída. Eu a considero uma uma energia em trânsito, que tenta circular por o maior número de mentes que for capaz. Sua potência não é calculada em Watts, uma vez que o tempo se revela face na água mediante a ação dela. Caminhe com a verdade, para que um amante não lhe impeça - indiretamente - de conhecer novas vidas admiráveis, ou pais  - ou outrem - não sejam capazes de privá-la de seus olhos, ouvidos e, principalmente, de sua boca.  Seja amigo da verdade (que é - ou conduz - a liberdade para amar: amar a todos que quiser, que forem especiais para você). Conforme já disse, para cada escolha há uma renúncia. Só não renuncie o amor - livre em sua essência -, uma vez que ele pode ser a verdade, a vida e a solução que você tanto busca para chegar à paz. E a paz... É só ver um pouco os jornais para entender como todos querem-na.