31 de dezembro de 2012

Fala-te, mas silencia

Se te contarem o medo
De repetir a cena
Ao atender um apelo,
O que está a vir vale a pena?

Pois perdoe-me, passado
Se de ti me afastei...
Mas prefiro o "eu" calado
A saber que contra tudo fiquei.

Quem me daria
Longas noites
E belos dias?

Quem apartaria
A guerra que contra mim
Eu cometeria?

Se fui santa,
Já estou a negar.
Mas agir profana,
Bem consigo aceitar.

Por ora, fico silenciosa
Para não buscar argumentar.
Sabes que sou teimosa
E, em pouco tempo, estarias a me desprezar.

2 comentários:

  1. Belo texto.
    Medo é impedimento, e pelo que entendi do texto, você está receosa em repetir a reaproximação do passado. Esse passado era tão ruim ao ponto de tê-lo abandonado? Estás melhor sem ele? Não há necessidade de ficar contra tudo que um vez te deu "Longas noites/E belos dias". E pela minha experiência - que não é pouca -, se esse "passado" for um cara que te ama e que faria de tudo apenas para ficar perto de ti, não recomendo que afaste-se, pois é muito difícil achar um amor verdadeiro, ainda mais se você já vivenciou um.

    Espero que esse cara não tenha sido um canalha. rsrs Aí você estaria certa!

    Ps.: Só escrevi o que deu para tirar do seu texto. Então releve se o que eu falei não tem nada a ver.

    Gosto bastante dos seus textos, eles mostram sua alma.

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  2. Já estou a relevar, caro anônimo. E agradeço por gostar dos textos e permitir que se salvem mentes por aqui.

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