5 de agosto de 2012

Pai

Talvez eu não possua coragem
Para entender seus erros
Que não se contam aos dedos,
Pois identifico cada imagem.

Impeço-me 
Quando peço.
Respeito ou fuga;
Prevenção ou luta.

Mas sou capaz
De implorar o desabafo.
Fico em paz com o que ele faz:
Consentimento num abraço.

Pois sempre hei de ouvir
"Tudo o que faço é por ti"
Faltando-lhe sobriedade, 
mas jamais verdade.

E lembrarei sua lágrima
De arrependimento pelo não feito.
E atemporalmente será válida
A cura pela dor no peito.

Pai:
Tão ininteligível ao olhar,
Mas tão meu ao amar.

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