30 de dezembro de 2011

Falar-se-à o indizível

Aí será pedido uma ideia
Para conter a evolução
Descontrolada pela plateia
Que se faz o coração.

E eu te direi que enquanto uns não terminam, outros apenas recomeçam.

Início e fim!
Até que reste se completar
Uma história entre o você e o mim
De uma façanha verbal dita "amar".

E eu revelarei que há inconstância em toda mente humana.

Até que o querer
Torna-se confuso
E não é suportado perder
As lágrimas num soluço.

Afirmo: o amor é energia  - transforma-se.

Guardar-se-à a lembrança
De uma época feliz...
Ou que fique a vontade santa
Do mesmo sentimento ser eterno aprendiz.

Muitas línguas falarão sobre o amor. Várias histórias hão de relatá-lo. Mas eu firmo em verdade: só o âmago saberá vivê-lo.

28 de dezembro de 2011

Mão-dupla amorosa

Um sentimento é guiado
Em plenitude de constância...
Outro volta transtornado
De incompatibilidade em alternância.

Como dois vetores em subtração
Estão sob mão-dupla os "amores"
Sem uma mínima preocupação
Da coexistência da dor.

E a cativante não é suprida
De saciedade almejada em sentimento...
Fica, então, dividida
Na ausência do preenchimento.

Mais amor!
Por favor!
Apenas convém cativar
E, assim, se responsabilizar.

Dá-se um basta a essa contraditória via amorosa. Somem-se ao meu íntimo, pois a importância para isso é vital.

27 de dezembro de 2011

Nortistas de meu afeto

Acre.
Rondônia.
Faz parte.
Não somente Amazônia.

Eu que, à tarde, observei
O vínculo fraterno a existir...
Veementemente desejei
Com companheirismo entre elas me suprir.

Eis que surge o mágico da aliança
Totalmente sem querer!
E aos poucos fazia-se conversa mansa
Uma amizade por Deus a tecer.

Hoje, pois, que me inunda
Uma vontade de logo embarcar
Na viagem em que a saudade se consuma
De abraços a apertar.

Andrya, Nayra e Patrícia: intrínsecamente genuínas ao meu âmago sentimental.

Chuchu da vida

Sua calma risada
Faz-se inédita expressão
Para que eu ache graça
Da sua insólita diversão.

E que eu goste de conversar
Os imprevisíveis vocabulários
De situações a iniciar 
Sem um fim, a nós, solitário.

Desabafe.
Aos encontros falte.
O perdão tenha.
A compreensão sempre obtenha.

É que uma Capistrano não surge
Sob véus de puro destino...
Sua aparição idealmente urge
Na ocorrência de qualquer desatino.
(E necessidade de carinho)

Aos que se perderam (de mim)

Sejam pássaros no amor que, em algum lugar por aqui, se conserva.

Fase precária

Um veredicto pouco útil
Pode habitar lábios incompreendidos
Numa expressão rápida e fútil
Do aspecto, ali, pouco iludido.

Como uma doença dominante
Do âmago em questão...
E por isso é triunfante
Ao ser perceptível a outra visão.

Mas que desconhece a realidade
E não importa explicitar,
Já que acostumada à verdade
Um desabafo alheio não irá se pronunciar.

Continuidade à superação
Sem valor à aparência.
Só pede-se a cura do coração
E o retorno da pura essência.

Você vai saber

Sou adepta da ideia de que a emoção da vida está em seus altos e baixos oferecidos constantemente. Uma constância inconstante, eu diria. Sendo assim, você aprende a discernir o desespero da angústia: quando há exagero na tristeza, falta sabedoria para lidar com a situação; já nos momentos em que a conformação atinge os pensamentos e ações, resta a angústia. Mas não me pergunte o que é pior, pois a escolha é completamente sua.
Você vai saber agir, independente da situação. Ficar estagnado é uma opção (claro que é). Mas eu só peço que não admita um fim, pois a vida é cíclica e, por assim ser, carrega um início logo após um encerramento. E nem todo ponto final é maldoso (um ponto-e-vírgula costuma ser muito mais doloroso, pois aprisiona), como diversos casais explicitam por aí, sem terem, sequer, refletido sobre a história. Vamos praticar o desapego, não é, Fernando Anitelli?
As respostas estão dentro de você, pois a absorção ocorre num sentido para o íntimo. Ou vai me dizer que você empurra seus aprendizados pelos lugares que passa e, porventura, adquire machucados? Libertar-se dos maus sentimentos não é uma ação concomitante à interiorização de suas boas lembranças sentimentais - e por que não mágicas? - ao longo da vida. Em algum momento, você vai saber responder ao mundo.
Mas voltando ao discernimento mencionado na introdução, gostaria de compartilhar a empatia daquelas palavras a mim. Posso garantir que não sou uma máquina. E se há como desabafar, é na paz escrita. Valendo-me da experiência vivida na fase do desespero e da angústia, cheguei a um nível em que não vejo concepções no dicionário para o que estou a sentir. É a mescla mais perfeita do retorno e indecisão do equilíbrio quanto a mim. Sim, é perfeita; pois nada é de todo mal.
Sabe quando você sente vontade de colocar em prática mil pensamentos que se confundem ao se libertarem? Sinceramente, não sei se você vai saber.

Apenas mais uma nota

A facilidade com que se estabelece o equilíbrio está intrínseca a dois fatores: personalidade e circunstância.

Gostaria de que soubesse

Eu gostaria de que cada pessoa soubesse a sensação de encontrar alguém que parece estar em sua vida há mais tempo do que pode imaginar. Eu amaria o fato de todos 'terem' uma Juli no dia a dia, mesmo que afastada por férias (mas não por muito tempo). Eu desejaria a face na água que o tempo é, quando reecontrasse a alma fraterna em meu Inglês, Português e, até, Enrolês. 

Obrigada, Papai do Céu. A Juli é infinitamente mais especial do que eu já cogitei que, um dia, fosse ser.

Lanjo

Aglutinar palavras convenientes
À especificação de quem é anjo de luz
Não se faz expressão pertinente
Para o agradecimento em Jesus.

[...]

E ama-o cada vez mais.

Estrofes a elas

É amor.
É diversão.
É perdão em ardor.
Falta-me exatidão.

Carolina, passagem à liberdade
Aliada à imutabilidade sentimental.
Talita, fonte da verdade
Descoberta na telepatia magistral.

Se eu fosse capaz de falar o que guarda o meu âmago, deixaria de ser humana. Mas eu sinto. E é veemente.

Ah! A inocência

Aqueles olhos em admiração
Pouco escuros, muito serenos
Despertam certa emoção
Concomitante aos sentimentos mais plenos.

E ela realmente só analisa
A face à sua frente...
Paralisa.
Há paz em sua mente.

Dorme com um anjo
Sobre seu espírito em questionamentos...
Ajuda, pois, o balanço
A entorpecer os pensamentos.

Ali basta a reflexão.
Os olhos suaves cerraram,
Mas já mostram prontidão
Ao vislumbre de dois corpos que se conectaram.

[Abraço]

Apenas um bebê frágil,
Capaz de deturpar a apatia.
Sua inocência, porém, faz tátil
O poder do amor perante a melancolia.

Conforme disse, certa vez, minha avó materna para mim: "é a minha ajuda para viver". Direciono tais palavras a ti, Phillip.

13 de dezembro de 2011

Outra face da moeda

"Pai, o senhor tem uma moeda de cinquenta centavos?" - pergunta a filha.
"Para quê você quer?" - questiona, sem compreender, o pai.
"É porque quero trocar em cinco moedas de dez centavos".
O pai anda um pouco pela casa e vai em direção ao carro, onde abre a porta e remexe algo por lá. Fecha a porta e vai ao quarto da filha. Entra, entrega-lhe uma nota de dez reais na mão e expressa-se sob o brilho da moral:
"Pegue. Junte aos cinquenta centavos e saiba valorizar a moeda de dez centavos, porque você vai ser uma grande pessoa no futuro".
E sai do quarto. A filha, que segurava uma caixinha de música - daquelas que tem uma bailarina - em forma de piano e ouvia a melodia, voltou a atenção para a nota em uma de suas mãos e processou em sua mente, por diversas vezes, as palavras do seu pai. Emoções a acometeram. O pai não sabia, mas às 18h daquele dia sairia o resultado do vestibular que sua filha fizera. Seria uma prévia de construtividade? Impossível conhecer o futuro, ainda que tivesse armazenado veementemente a lição para a vida. Ela teria de esperar. Mas havia uma coisa que ela precisava fazer: registrar esse efêmero e valioso ocorrido.

Que orgulho do meu pai. Que gratidão por ele existir.

12 de dezembro de 2011

Mais uma vez, ao Boca

Sinto sua falta e não preciso que exista alguém para negar ou confirmar isso. Já não sei onde se encontram as lágrimas formadas somente para você; não contei as vezes em que elas apareceram em meu rosto enquanto eu pensava na dor que sua ausência ainda causa - se é que posso chamar essa insistência atemporal de dor. Creio, por vezes, que me acostumei a guardar as saudades comigo. Seja qual for a denominação, não tenho certeza de se quero ter a superação, uma vez que já não me faz mais mal.
Devo confessar que a percepção acerca de um futuro encontro nosso não se fez falha nos últimos anos. Pelo contrário, torna-se forte a cada vez em que recordo o pensamento. Talvez meu cérebro precise encarar a realidade de uma vez por todas, a fim de que eu enxergue que a sua viagem não é somente longa, mas eterna - sem volta. Conquanto, há a chance de que eu embarque em um transporte que me leve até você - não mais em sonhos - e eu possa rever seu sorriso (quebrado, sem dó, por um jipe).
Sim, eu sonho com sua transformação. No campo onírico, sua beleza retornou ao seu corpo e sua sanidade é intacta. Tão bom conversar com você. Tão feliz é lembrar que me chateei com sua expressão de "xi!" quando eu te contei que amava uma amiga que se desfez da reciprocidade quanto a mim. Não era passado, não era futuro; foi o presente 'vivenciado' mais real, desde que três anos e alguns dias se passaram. Mais especificamente, desde o último abraço sob a porta da sala na companhia das minhas palavras "que saudade, Boca!" e de sua resposta "hehehe, canela".
Já pedi para perder todas as minhas vitórias só para ter um dia ao seu lado. Reneguei todos os presentes que eu pudesse ganhar no dia 13 de agosto, apenas para ouvir sua voz novamente. A propósito, a associação de sua voz à sua imagem fica precária ao longo dos anos, pois você não está aqui para acostumar minhas sinapses a recordá-la [a associação voz-imagem]. Preciso, então, assistir àqueles vídeos e às homenagens feitas. Mesmo que eu tenha de pagar o preço do choro quase inconsolável por isso.
Faz uns dias que você saiu por aí e não voltou para me dar um "oi" onírico. Aparece por uns cinco minutos e me conta o que aconteceu. Ou, caso preferir, fica só calado e sorri - como você geralmente faz.

Tive oportunidade de dizer e escrever "eu te amo" em sua presença, mas há carência de minha parte em explicitá-lo mais algumas vezes. Ou, até mesmo, de expressar o quão chato, pavoroso, 'bocão', irritante, retardado e afins você é. Aquele velho tapa ou "murro" faz coçar minha mão em busca de suas costas e braços. Os hematomas em meus membros foram embora junto de seu corpo naquele caixão. Mas há espírito. Claro que há.