Revela-me as incomensuráveis trilhas do seu céu, que ao caçador a enviarei. Caçadores são amigos. Caçadores são eternos.
Tão sacudido o vento
Pela pipa indomável:
Sem receio do tempo,
Permeia o céu acusável.
Brinca com o sol
Trapaceando o raiar
Como se fosse esperta
Para não irradiar.
Ilimitada por liberdade
Vai serpenteando horizonte
Em dança de majestade
Que não constrói sua ponte.
Com cerol se envenena
Após desastres celestiais...
Observe bem a cena
Sob vinganças artificiais.
Não importam as cores
De outras pipas a voar;
Disfarçam-se em rubores,
Pois precisam enganar.
Como, então, acreditar?
Ainda restam os caçadores
Tão ávidos para conquistar
O espaço de clamores
Quando a pipa, em suas mãos, reinar.
Reina efêmera.
Dispensa-se o vencedor
Que deseja produzir
Um modelo inovador
Em prol da fama a seduzir.
Não é um prêmio.
Não é uma escada.
Só quer ser presente.
E como tudo recebido,
Afeiçoa-se pelo que é:
Não vale o esforço medido
Se não aceita o que quer.
Uma pipa para libertar.
Um vento para empinar.
E um caçador para cuidar...
Sem modificar.
Deixa que o céu a descubra.
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