6 de outubro de 2013

Ânsia de vida

Na Natureza Selvagem
A briga dos Indignados
Afastamento por Desequilíbrio
O Vendedor de Sonhos

Passou o soluço:
Agoniado em encanto
Veio e retornou abrupto,
Esvaziando (de novo) o canto.

Canto de cigana.

Mas há um sufoco
Deleitando-se nos dias
De quem procura um poço
Com falso fundo de magia.

Como se houvesse facilidade
Para engrenar a imaginação
E resgatar uma realidade
Criada pela inocência do coração.

Como se um caminho
Pudesse ser aberto
Feito um advinho
Com o destino certo.

Como se ao escolher
Fosse feita alheia prece
A fim de merecer
Tudo o que carece.

Não!

Vem, apenas, a verdade
Que estilhaça
E, sem maldade,
A ilusão desgraça.

Pela liberdade
[E por tudo]
Há o preço da troca:
O conforto, sobretudo.

Posso inverter:
Se lhe tiram a casa,
O sol e o vento se podem perceber.
Cortam ou lhe dão asas?

Tantos versos metafóricos
Para única reflexão:
Viver pode ser apoteótico...
Basta sua decisão.
E concepção.

Por que se conformar
Com o tédio?
Uma vida para se enganar
É puro assédio.

Assédio às descobertas.
Assassinato à história.

Dê-nos, Deus, ânsia de vida
Sob uma condição natural,
Em que sorrir seja medida
Para a plenitude existencial.

E o choro intercale.

Porque não prefiro
Dias tristes ou alegres.
Só fiz um pacto amigo
Com o que me enriquece.

O que será riqueza para você?

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