24 de maio de 2013

Quando Deus vem

Senhor, nós reconhecemos o Teu amor. Nós reconhecemos ao ponto de cantar e declarar 'Eu sei que Tu me amas!' O que seria de nós, o que seria de mim se não fosse esse amor? O Teu amor, Senhor. Não importa onde estejamos, não importa o tamanho da tempestade, Ele entra na nossa barca e faz a tempestade de acalmar. Ele nos tira de todo e qualquer abismo. Ele nos estende a mão e nos levanta. Porque Ele nos ama e não nos impõe condições para isso. Ele nos ama acima de todo e qualquer limite. Ele não cansa de nos amar. E assim, derrama sobre nós esse Espírito, que é fogo, que incendeia, que inflama a nossa alma e que nos faz amar, adorar e servir a Deus. E quando faltam as palavras, quando não sabemos como rezar, Ele se inclina na sua imensa misericórdia e derrama sobre nós o Seu Espírito. Porque Ele sabe que somos miseráveis, pequenos e que não conseguimos sozinhos. Obrigada, meu Deus, por derramar sobre nós Seu Espírito, que mudará o nosso coração, que é de pedra e se tornará de carne. Ao Senhor toda a honra e toda a Glória! Amém! (Marianna Domingos)

Quando mais se julga
A fúria da tempestade,
Deus abstém a humana culpa
Para nos amar sob infinidade.

Quando se perde a lembrança
Da consoladora oração,
Deus se inclina em bonança
E unge o aflito coração.

Quando a futilidade é sagaz
Sobre um filho fragilizado,
O amor de Deus o desfaz
E à Sua face é modelado.

Quando o vazio se torna pranto,
O Senhor nos faz declarar
Oh, Ele me amou! Oh, Ele me ama!*
E nos acolhe em Seu abraço santo.

Quando nos falta o ardor
Da fé para proclamá-Lo,
O Santo Espírito é enviado
E inflamamos em Seu fogo abrasador.

Quando o ressentimento
Faz pesar nossos passados,
O Senhor nos concede o tempo
E abranda o ego magoado.

Quando o mundo é atroz,
Deus nos revela o elo materno:
A imagem de Maria inspira
O conforto humano terno...
[Da nossa mãe].

Quando a vida nos alcança
E a morte também,
É quando Deus vem:
Entre Ele e nós há uma aliança.

Para sempre!

Não importa o abismo,
O amor do Mestre é renovação
De todo e qualquer pessimismo
Em eterna salvação!

* Música "Me ama", de Diante do Trono.

22 de maio de 2013

Tristeza em versos

Quebradiço se encontra
O âmago sob sensibilidade
Com quem o afronta
Por pura vaidade.
Ou não.

Como despertar
Um olhar de admiração
Se corrompido está
A beleza do coração?

Pois a falta de luz
Renega a atenção...
E para longe conduz
Os vínculos de gratidão.

O alheio se interioriza
Sob força de maltrato
Que apenas ameniza
O encanto cativado.

Vem, por fim, a decepção:
O terno é condenado
À agonia da argumentação
Por um ego magoado.

Entregue à lágrima, então
Põe a tristeza em versos
Como um suspiro sem solução,
Mas alívio linguístico certo.

Inundada de antagonismo ao sorriso, esvazia-se por palavras e preenche-se com oração.

20 de maio de 2013

Só por um dia

Só por um dia
Eu gostaria de me deitar
Sem acesso à agonia
Que me ajuda a enfadar.

Só por uma dia
Eu evitaria as reclamações
A fim de sentir alegria
Por todas as tribulações.

Só por um dia
Eu viajaria para a tranquilidade
E lá agradeceria
Em oração pela dignidade.

Só por um dia
Não seria conduzida pela futilidade
Por estar em sociedade traíra
Quanto à autêntica humanidade.

Só por um dia
Eu abraçaria a cada segundo
Todas as partes de minha família,
Para lembrar quem é refúgio no mundo.

Só por um dia
Eu visitaria todos os amigos
- Cuja amizade não se finda - 
E ao agradável sorriria
Como sopro da verdade mais linda.
 
Só por um dia
Eu me abandonaria no amor
Como uma válvula de saída
Para onde há vívida cor.

Só por um dia
Eu seria eu.
Só por uma dia
Pertenceria-me apenas o que é meu. 

Mas que recuso o futuro do pretérito, a fim de dar lugar à dávida que tem por nome o presente.