Há quem reclame porque uma semente não germina; há quem pouco se importe quando ela reluz aquele pequeníssimo verde. Mas eu admiro o processo dificultoso que uma semente enfrenta para superar os limites da terra, a fim de alcançar a luz: com exclusiva reserva lipídica, ela obtém energia para germinar e conseguir altura para alcançar a superfície. Sinto-me asfixiada.
Sinto-me uma semente. Sinta-se, também. Quando a vida proporciona situações desastrosas, as quais nos dá permissão para crer que somos incapazes de retornar ao equilíbrio - à paz -, o caminho à vida se torna escuro e a quota de determinação para vencê-lo aparenta concisa - e é. Mas como uma semente, há algo que nos pertence e possibilita, ao menos, a tentativa de êxito. A recompensa é maravilhosa: a semente encontra a luz, realiza fotossíntese, cresce - ah! Eu anseio pelo amadurecimento! - e se estabiliza.
Sei que todo ser vivo possui tempo médio de vida. Conquanto, esse fato jamais deve ser pretexto para adiantar os anos, pois, por mais que a sentença seja o fim, a trajetória vital pode ser incrível. E será.
Sei que todo ser vivo possui tempo médio de vida. Conquanto, esse fato jamais deve ser pretexto para adiantar os anos, pois, por mais que a sentença seja o fim, a trajetória vital pode ser incrível. E será.
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