24 de outubro de 2014

Menina-água

Tanto fui água
Que transbordei 
No copo da prisão
A que me assolei.

Derramei-me 
Feito lágrima de criança 
Sem brincadeira.
Choro de monotonia.

Engoli as brasas
Que reluziam indecorosas
Pela permissão inocente
À falsidade ateadora.

Afoguei o amor
Em meio às tempestades
Não acima, mas por dentro:
Nuvens internas são tão pesadas...

Mas à Mão Ascendente
Fui irrefutável obediência,
Deixando-me acalmar,
Permitindo-me clarear.

Desafoguei tanto amor,
Que aprendi a amar.

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