6 de dezembro de 2013

Confiante mês

Poderia não ter querido
Permitir o passo
Avançar destemido
Ao rosto ruborizado.

Poderia ter deixado
O medo responder
Pelo desejo consumado
De nos acolher.

Traria perspectivas
Para contundir sem dó
Nascentes expectativas
De com ele não estar só.

Mas eu voltaria
Sempre que seu sorriso
Atravessasse com calmaria
O que fora inciso.

Sem comparar
Ou buscar mudar,
Pois fugia à menção
Outrem igualmente singular.

Com olhos a me sondar,
Ouvidos a perceber,
Lábios a sucumbir
À paralisia do olfativo torpor.

Não me deixaria ter perdido
A chance de repousar
(Em nossos céus)
Nosso vínculo merecido
Pelo que soubemos significar.

Escolhi, enfim, libertar
O poder de uma vez
Nele (tão tranquilo) me encontrar
Em um confiante mês...

De uma eternidade.

Como quem não procura o tempo
Para acreditar no amor.

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