Se guarda uma luz ao fundo,
Não é sabido a sua origem,
Pois parece engolir parte do mundo
Esse precipício de causar vertigem.
É sentido um dos pés em falso,
Encolhendo-se para regredir.
Mas parece estar descalço
E os dedos começam a se ferir.
Corra para o lado!
Por mais que o escuro seja atrativo,
Não deveria ser bruscamente jogado
Um pensamento pela bravura não aquiescido.
Surge, então, uma parede
Aproximando-se por trás,
Empurrando o tapete
Que guarda como poeira a paz.
A parede pode ser o tempo,
Que se move conforme seu arrastar...
Haja ou não contentamento,
(Só) será possível correr ou de vez pular.
Quantas vezes a vida não foi um vale? E conforme a trajetória seguia, quantas foram as vezes em que o caminhante se encontrou em picos? Mas há precipícios, e situações que colaboram com sua dimensão. Correr ou pular podem ser escapatórias, mas dificuldades são encaradas através da coragem. Cabe ao caminhante encontrá-la em sua experiência.