Mar além

Indo ao encontro Divino,
O quase-verde corria na viagem
Enquanto ia se sentindo
Recordativas imagens.

Ah, o sertão!
Sabendo que vai virar mar,
Refleti sua extensão
Enquanto estava a nele mergulhar.

Cada mergulho era vislumbre
De como o lugar pode nos modificar...
E logo eu não ficaria imune
À liberdade pronta a me revelar.

Eis que veio Deus,
Tão amoroso em misericórdia!
Permaneceu Deus
E o Seu nome, em glória.

Senhor infinito como é
Mostrou o repentino em seu melhor:
Concomitante ao momento de fé,
Não me permitiu ficar só.

Conhecendo o mar mais a fundo,
Retornei serena à casa,
- Esperança no coração fecundo -
Mas com a alma viva em brasa!

Não conhecia tanto o mar. Não queria conhecer.
E depois de tantos equívocos pronunciados, há uma vida que não consigo esquecer. 
Trouxe inverdades à mente, mas vejo límpido que só Deus não é ilusão.
Através Dele, encontrei minha consolação - espiritual e física.

Peso

Se um dia a vida tiver apresentado
A inocência do egoísmo,
Saiba que o preço a ser pago
Está na sua paz ao abismo.

Não importa a intenção
Quando o olhar lhe for duro,
Pois para tudo há reação
Sendo mau ou bom o futuro.

Ah! As coisas sem ênfase...
Essas não voltarão
A lhe fazer mal;
Desaparecerão.

Verdade seja dita!
Revelada por bons lábios,
Para que o caminho siga
Estando presente um sábio.

[A verdade pode ser amarga,
Então, nem sempre vem
De pessoa que por você é amada.
Mas aceite-a para o seu próprio bem!]

Quanto ao mais,
Resta-lhe uma nota sobre o viver:
Tudo aquilo que faz
Traz lição a se aprender.

E saiba ser feliz!
Aqui estou em pé,
Redescobrindo ser aprendiz
Sem perder (de novo) a fé.

Privacidade

Priva-me na idade
De viver só naquela cidade
Sob olhos de liberdade.
Só tu que chegas, ansiedade...

À noite, em passo lento
Estive em deserta rua.
Haviam luzes por todo canto,
Porém maior era saudosa lua.

Ao prédio retorno
Sem inicial vaidade
- Seria necessidade? -
De reconhecer minha cerca social.
Falta-me privacidade!