8 de julho de 2012

Devolução

Fui nefelibata
E quase o sonho me mata,
Quando apresentou-me a desilusão
Para o que nomeiam de coração.
[Mas é a mente]

Choros vieram a curar
Cada dor após um empurrão,
Mas também conseguiram secar
Todo os planos de paixão.
[Resgatando a solidão]

Até o momento de um encontro
[Melhor dizendo: reeencontro]
Em que pudera existir espanto
Ao som de um canto:
"Só que agora é diferente/
Sou tão tranquilo e tão contente".

O que achara ter se perdido
Em meio a tombos 
E pontos
Fora devolvido.

De forma sincera.
Sob pesadelos.
Sob meus insanos tropeços.

Ele que me devolve o amor
A cada ligação
- Ou em divertida declaração -
Fugiu com a dor.

Vi o mar.
Senti o ar.
Provei da certeza
De amar e concretizar.

Devolveu-me sonhos
Ou um sonho para lutar.

Devolveu-me a calma
Ou um objetivo pelo qual esperar.

Mas não só devolução.
Houve criação.
E há.
Cria-se o futuro a dizer
Sobre o meu querer.
[De estar com você]

Na varanda

Brinca com o vento
E o riso fica à solta,
Até que se encontra sonolento
E nos braços a criança é envolta.

Som alegre!
O intervalo de descanso
Num ar campestre
Para um coração manso.

A varanda é favorita
Para encostar a cabeça,
(Para esvaziá-la)
Para saborear a sobremesa
Sobre a mesa colorida.

Ele comemora um sorriso
Entre quatro barreiras de tecido.
Sabe-se lá o que há de bonito
Sabe-se lá o que preenche os seus olhos
Com aquele brilho.
Especial brilho.
Meu brilho.

Um bebê para os dias
E não esqueço as tardes!
Sua inocência me contagia
Em paciência.
Em calma.

Retorno à infância.

Contudo, ainda sou imperfeita
- Não que eu deseje a perfeição -;
Só devo honrar por ser a eleita
A zelar pelo meu "lação".
Coração de titia.